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sexta-feira, 29 de junho de 2018

Entendendo nossos medos e fobias


Administrar nossas fragilidades não é tarefa fácil. Acreditamos estar no controle da nossa vida, porém, na prática, não é isso que percebemos. Somos, muitas vezes, engolidos pelos nossos medos, inseguranças, vergonhas e outras emoções que nos tiram totalmente do comando, mostrando que, nosso controle, é apenas parcial.

O medo é um legado evolutivo que nos permite prevenir e evitar ameaças, tendo em vista nossa sobrevivência. Na medida certa, ele nos protege, porém, quando ocorre de maneira exagerada, nos limita. Podemos dividi-lo em três:




1) Medo subjetivo: Está diretamente ligado às emoções, muitas vezes são difíceis de serem compreendidos. Medo do julgamento alheio, de sair de uma zona de conforto (quando a mesma está ruim), da mudança (mesmo quando é notoriamente para melhor), do abandono e da rejeição. Esse tipo de medo é capaz de paralisar o indivíduo, fazendo com que ele desista de sonhos, oportunidades e se afaste das pessoas importantes. Está diretamente ligado ao sentimento de inferioridade, insegurança e baixa autoestima.

2) Medo objetivo: São associados a situações que oferecem riscos à integridade física ou se mostram de forma direta: medo de avião, de dirigir, de se acidentar, de altura, de um determinado animal, inseto ou lugar. Quando esses medos se manifestam de maneira intensa e acompanhada de sintomas, temos as fobias.

3) Fobia: São medos desproporcionais, irracionais e paralisantes. Espécie de pânico que ocorre acompanhado por um forte sentimento de angustia, ansiedade, tensão e com sintomas físicos como: palpitação, sudorese, tensão muscular, sensação de formigamento, diarreia, tonteira, fraqueza, podendo chegar até em desmaios.

Existem inúmeras fobias catalogadas. Atualmente, muito se fala sobre a agorafobia, que inclui medo de espaços abertos ou de multidões. O agorafóbico teme multidões por medo de não conseguir sair do meio dela caso venha a se sentir mal. Às vezes nem precisa existir multidão, o medo pode incluir sair de casa, ir a shoppings centers, supermercados, bancos ou até mesmo na rua. É o oposto da claustrofobia, que inclui o medo de espaços fechados, pequenos ou apertados como elevadores.

Apesar de se levar em conta a predisposição genética, a origem da fobia ainda não foi mapeada, contudo, os fóbicos tendem a apresentar alguns traços em comum: são pessoas que tiveram educação rígida e punitiva, disciplina excessiva e muita cobrança. Quando adultos, tornam-se preocupados, exigentes, perfeccionistas e inseguros. São regidos mais pelo estado de tensão e ansiedade do que pelo de relaxamento, por isso, passam a maior parte do tempo em estado de vigília.

A melhor forma de tratar a fobia e o medo é através da psicoterapia. É analisando a causa que o indivíduo sai do próprio cárcere.

Ao contrário do que muitos pensam, a terapia não tem a pretensão de acabar com o medo, mas sim de estimular a coragem. Desta forma, todos estamos aptos a avançar nesse quesito. Afinal, coragem não é a ausência do medo, e sim, o enfrentamento dele.


Simone Demolinari
Psicanalista com Mestrado e dissertação em Anomalias Comportamentais.


https://hipnoseinstitute.org/blog/fobias-comuns-como-se-livrar/

Por que o Brasil é o país com mais pessoas ansiosas?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou recentemente um estudo mostrando que 264 milhões de pessoas sofrem de ansiedade em todo o mundo. Contudo, um dado curioso foi que o Brasil aparece como o primeiro país neste ranking dos transtornos de ansiedade. Mais de 18 milhões de brasileiros sofrem desse mal. Enquanto a média mundial fica em torno de 3,6%, por aqui praticamente triplica, chegando a 9,3%.



Frente a esses dados, fica a dúvida do por quê nosso país assume um índice tão alto nos transtornos de ansiedade.

Para falar em influências de nível nacional, precisamos considerar alguns fatores culturais. A cultura influencia diretamente o comportamento e a formação da personalidade do indivíduo e nesse quesito vamos de mal a pior. O Brasil é um país cuja cultura está assentada sobre uma base formada por quatro itens: exibicionismo, competitividade, fofoca e consumismo.

1- O exibicionismo por aqui é inegável. Há na nossa cultura uma supervalorização da ostentação. Gostamos de exibir o corpo sarado – e muito disso se deve ao clima tropical. Não é à toa que em cidades praianas é maior a preocupação com o aspecto visual. Gostamos de exibir bens materiais, ostentar carros, jóias, relógios, helicópteros, roupas e bolsas que estampam grifes, viagens, entre outras exibições que socialmente não só é bem aceito, como valorizado.

2- A competitividade fica clara na disputa. Se alguém do meu círculo de amizades troca de carro e se eu trocar por um melhor, isso me posiciona acima dele. Assim também acontece com festas de 15 anos, casamentos, construção de casas, viagens etc. Ao ganhar essa disputa com o outro, ganho também a admiração da plateia.

3- A fofoca tem a ver com o interesse pela vida alheia que sempre existiu, mas parece que aumentou com o advento das redes sociais. As pessoas sempre gostaram de saber da vida do parente, do vizinho, as revistas de fofoca sempre tiveram muita saída, sites que exploram esse tipo de assunto também são muito visitados. Um bom exemplo de grande interesse pela vida alheia é que aqui no Brasil o programa de televisão “Big Brother” alçou índices maiores que em qualquer outra parte do mundo.

4- O consumismo tem a ver com os ítens acima, mas em especial há uma crença cultural de que “só é bom o que é caro”. Com isso, o brasileiro desenvolveu uma espécie de fetiche por preços altos. Não é raro de se ver pessoas se endividando fruto de um descontrole desenfreado. Uma tristeza, pois o consumismo é muito mais fonte de infelicidade que felicidade, pois seu prazer é efêmero.

Com essa base cultural acabamos formando uma sociedade ignorante, medíocre e esnobe, que estimula o indivíduo a desenvolver transtornos de ansiedade para conseguir se manter nesse jogo. Um jogo que tende muito mais à doença que à felicidade.


Artigo: Simone Demolinari / 04/05/2017( Psicanalista com Mestrado e dissertação em Anomalias Comportamentais).

quinta-feira, 28 de junho de 2018

Raulzito 7.3



Pai do Rock e simbolo da contra cultura, em seu disco e projeção nacional Krig ha bandolo! lançado nos anos de chumbo (1973), o maluco beleza fã de Elvis Presley e Luiz Gonzaga, inventou um inseto-terrorista disposto a se tornar, como o próprio compositor, uma encrenca para os generais. “E não adianta vir me dedetizar/ pois nem o DDT pode assim me exterminar / porque cê mata uma e vem outra em meu lugar”, dizia a letra de “Mosca na Sopa”.


A canção driblou a censura, assim como “Ouro de Tolo, o hino-desabafo que ironizava a alienação característica de quem se contentava em comprar um corcel zero quilômetro enquanto a violência da repressão se difundia pelo país. O título do disco, no entanto, chamou atenção da polícia, e tanto Raul quanto seu parceiro, o letrista Paulo Coelho, foram levados ao Dops no início de 1974. “O que significa Krig-ha, bandolo!?”, quis saber o policial. “Cuidado com o inimigo!”, respondeu Paulo Coelho, segundos antes de perceber o duplo sentido da frase. Os policiais não acreditaram quando ele jurou que era apenas um grito de guerra proferido por Tarzan nos quadrinhos. “Que inimigo, o governo?”. No DOI-Codi, também perguntaram sobre uma tal Sociedade Alternativa, citada num gibi encartado no álbum. Com esse nome, só podia ser uma organização subversiva, vinculada a algum grupo de esquerda…


A casa de Raul foi invadida por agentes em busca de documentos que comprovassem a existência da sociedade. Paulo Coelho apanhou na prisão. Àquela altura, o segundo álbum de Raul, Gita, já estava na prensa, com uma foto do cantor usando uma boina de Che Guevara na capa e, o que era pior, com a música Sociedade Alternativa , também de Raul e Paulo, com o verso-protesto “faça o que tu queres, pois é tudo da lei”.


“Sociedade Alternativa” foi vetada nos shows, inaugurando não apenas um período de perseguição que renderia duas dezenas de canções censuradas em um par de anos, mas também um autoexílio em Nova York, em julho de 1974. Raul acabaria voltando ao Brasil naquele mesmo ano em razão do sucesso de Gita, o qual lhe rendeu seis discos de ouro, com mais de 600 mil cópias vendidas.

Por uma razão muito particular, entre tantas obras deixo aqui minha preferida em comemoração aos 73 anos de Raul Seixas :



quarta-feira, 27 de junho de 2018

Pedro Henrique “O figurinha da escola”.







E no clima da copa, venho trazer para vocês a estória de Pedro Henrique, 8 anos de idade, morador de Barueri-SP estudante de escola pública. A mãe trabalha como caixa de um supermercado e não tem condições de comprar o álbum da copa do mundo e muito menos as figurinhas. Uma realidade comum a muitos garotos na idade dele. Mas Pedro, diante da impossibilidade de colecionar o álbum oficial, decidiu começar a desenhar sua própria coleção.






O álbum de Pedro possui capa, divisão para cada seleção e 126 figurinhas - tudo desenhado a mão, inclusive as figurinhas.
O menino já desenhou Cristiano Ronaldo, Messi e Pelé, por não conhecer muito bem os jogadores da seleção. Ele diz também que já desenhou várias vezes Neymar .
O estudante comenta qual parte da obra representa maior grau de dificuldade:

“O mais difícil de fazer são os jogadores, eu fiz a taça também, mas os jogadores são mais complicados”.


A mãe emocionada conta como foi confeccionado o álbum.
Diz ela: Ele pegou um saquinho de hortifruti, colocou as figurinhas dentro e disse: "Olha, mãe, as minhas figurinhas também vêm num pacotinho".



O pai de Pedro morreu quando ele tinha 2 anos. Hoje, o menino mora com a mãe, Gleice, que sustenta a família com pouco mais de um salário mínimo.


A paixão do menino pelas figurinhas fez a mãe se esforçar e se apertar para comprar o álbum, mas para completá-lo, a questão da dificuldade financeira ainda atrapalha.



A mãe achou que o jovem ia sofrer junto aos colegas na escola por não ter um álbum. Mas o menino tira de letra, pois adora desenhar e com isso faz sucesso entre os colegas e professores.

Uma das professoras incentiva e leva ele nas outras salas para contar como teve a ideia e como confecciona o álbum.


Pedro já faz planos para o caso de o Brasil vencer o Hexa: “Vou desenhar todos os jogadores segurando a taça”.

fonte:


domingo, 24 de junho de 2018


Filósofo italiano Antonio Gramsci




“Vivo, sou partidário. Por isso odeio quem não toma partido. Odeio os indiferentes”

Antonio Gramsci foi um filósofo marxista, jornalista, crítico literário e político italiano. Escreveu sobre teoria política, sociologia, antropologia e linguística.
Falecimento: 27 de abril de 1937, Roma, Itália, num hospital penitenciário, apenas seis dias depois de recuperar formalmente a liberdade. Antonio Gramsci foi uma das referências essenciais do pensamento de esquerda

Aqui reproduzo um texto dele que deveríamos levar no nosso dia a dia, afinal a indiferença causa impacto na vida de todos nós. E como eu sempre digo:
Não adianta você negar a política, o político perfeito pode ser você, você pode fazer a diferença na sua vida, nas suas escolhas e na vida do seu país. Segue o texto.

Odeio os indiferentes. Creio que viver significa tomar partido. Quem verdadeiramente vive, não pode deixar de ser cidadão e partisano. A indiferença e a abulia são parasitismo, são canalhice, não vida. Por isso odeio os indiferentes.

A indiferença é o peso morto da história. A indiferença opera potentemente na história. Passivamente, mas opera. É a fatalidade, aquilo com que não podemos contar. Distorce programas e arruína os planos melhor concebidos. É a matéria bruta desbaratadora da inteligência. O que sucede, o mal que se abate sobre todos, acontece porque a massa dos homens abdica de sua vontade, permite a promulgação de leis que só a revolta poderá derrogar; consente o acesso o poder de homens que só o amotinamento conseguirá derrubar. A massa ignora por despreocupação, e então parece coisa da fatalidade que a todos atropela: quem consente receberá o mesmo que quem dissente, o que sabia, sofrerá o mesmo que aquele que não sabia, o ativo terá o mesmo prêmio que o indiferente. Alguns reclamarão piedosamente, outros blasfemarão obscenamente, mas ninguém, ou alguns poucos se perguntarão: se eu tivesse tentado fazer valer minha vontade, teria ocorrido o que ocorreu?

Também por isso eu odeio os indiferentes: porque me molestam suas queixas, sua forma de atuar como eternos inocentes. Cobrarei cada um deles: como fizeram para cumprir esse papel? Diante da missão que a vida lhes oferece diariamente, o que fizeram, e especialmente, o que não fizeram? Me sinto no direito de ser inexorável e, na obrigação de não desperdiçar minha piedade, espero não compartilhar com eles minhas lágrimas.

Sou partidário, estou vivo, sinto já na consciência dos que estão ao meu lado o pulso da atividade da cidade futura que os do meu lado estão construindo. Nela, a cadeia social não gravita sobre alguns poucos; nada que está nela acontece por acaso, nem é produto da fatalidade, e sim obra inteligente dos cidadãos. Ninguém que está nela fica olhando da janela, passivamente, o sacrifício e a sangria dos outros.

Fonte:

sexta-feira, 22 de junho de 2018

Aborto - América Latina


Cerca de 90% das mulheres em idade reprodutiva na América Latina e Caribe vivem em países com leis que restringem o aborto. Em seis deles − El Salvador, Honduras, Haiti, Nicarágua, República Dominicana e Suriname −, a interrupção voluntária da gravidez é completamente proibida. Não é permitida nem mesmo para salvar a vida da mulher, como no caso de Rosaura − conhecida como Esperancita. Poucos países, como Uruguai, Cuba e Guiana, abrem o precedente para que a mulher interrompa a gestação até a décima ou décima segunda semana. Outros oito países permitem o aborto quase exclusivamente para salvar a vida da mulher, e só uns poucos abrem exceções em casos de estupro (Brasil, Panamá e Chile, por exemplo) e anomalias fetais graves.  Contam-se às dezenas as presas por abortar, aos milhares as obrigadas a prosseguir com a gestação ou as forçadas a recorrer a um aborto clandestino, e às centenas as mortas pela recusa dos serviços de saúde a interromper sua gravidez, como denunciam as organizações de direitos humanos.

No Brasil, onde deputados conservadores buscam restringir ainda mais os casos em que o aborto é permitido, o acesso ao aborto legal também é, muitas vezes, dificultado nos serviços públicos de saúde por uma questão pessoal ou religiosa dos profissionais. Tanto que que o Ministério Público Federal demandou o Sistema Único de Saúde para que o serviço passe por melhorias. Segundo a Pesquisa Nacional de Aborto, publicada em 2016 por pesquisadores da Universidade de Brasília e da Universidade Estadual do Piauí, naquele ano quase uma em cada cinco mulheres já havia realizado aos 40 anos pelo menos um aborto na vida. E, todos os dias, quatro delas morrem nos hospitais brasileiros após buscarem socorro por complicações de uma interrupção mal feita, segundo um levantamento feito no Ministério da Saúde.

"São mortes de mulheres pobres e negras, que não têm 5.000 ou 10.000 reais para pagar pelo procedimento seguro em uma clínica clandestina em um bairro nobre das grandes cidades. Além de evitar mortes, legalizar o aborto também traria economia ao SUS. De acordo com levantamento feito no banco de dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), do Ministério da Saúde, nos últimos três anos, o governo atendeu quase cem vezes mais mulheres para a realização de curetagem pós-aborto do que para procedimentos dentro dos parâmetros da lei", ressalta Sâmia Bomfim, vereadora em São Paulo e fundadora do Movimento Feminista Juntas.

“Está claro que na maioria de países da América Latina a vida das mulheres tem pouco ou nenhum valor”, lamenta Morena Herrera, histórica ativista e integrante do Agrupamento pela Descriminalização do Aborto em El Salvador. Para as organizações de direitos civis, a descriminalização do aborto em três casos no Chile (risco para a vida da mulher, estupro e anomalias fetais), no ano passado, trouxe uma grande esperança, assim como o caso da Argentina, que na quinta-feira deu um passo chave para a legalização dessa prática de saúde. Passos que podem ir transformando a realidade de um continente ultraconservador e com um problema descomunal de desigualdade de gênero.




Em El Salvador, as organizações de mulheres tentam há anos fazer avançar um projeto para permitir o aborto em casos de risco para a saúde da mulher, violação ou anomalias fetais graves. Ainda não conseguiram que a proposta seja debatida, apesar das críticas, reclamações e recomendações da ONU, que considera que legislações como a salvadorenha são um risco para a saúde e a vida das mulheres.

O pequeno país centro-americano é para muitos um dos exemplos mais extremos do que significa a proibição total dessa medida de saúde. Em El Salvador há pelo menos 20 mulheres presas por homicídio agravado por delitos relacionados com o aborto, embora na maioria dos casos tenham alegado uma perda involuntária. Muitas nem sabiam que estavam grávidas. Como Imelda, de 19 anos, encarcerada há quase dois anos em uma prisão no leste do país. A jovem, estuprada por seu padrasto, não sabia que estava grávida até entrar em trabalho de parto no vaso sanitário de sua casa. A criança sobreviveu, mas os médicos que atenderam Imelda a denunciaram. Imelda foi do hospital para a prisão, acusada de tentativa de homicídio. Uma equipe de advogadas recorreu da condenação.

A proibição de abortar, além disso, não fez com que essas intervenções diminuíssem. Só levou as mulheres a recorrer a métodos clandestinos e, muitas vezes, inseguros, como concluem dois estudos, um da Organização Mundial da Saúde (OMS) e outro do Instituto Guttmacher, publicados na revista especializada The Lancet em 2012 e 2017. E são quase sempre as mulheres mais pobres as que se veem afetadas pela proibição. “As ricas saem do país para abortar, as pobres recorrem ao aborto clandestino ou se veem obrigadas a seguir adiante com a gravidez”, denuncia a ativista Cari Gaviria. Seu país, a Nicarágua, proibiu totalmente o aborto em 2006, um retrocesso que as organizações de direitos humanos consideram dramático.

A rígida restrição do aborto acarreta um grave problema de saúde pública. Pelo menos 10% das mortes maternas na América Latina e no Caribe se devem a abortos inseguros. Além disso, a cada ano, 760.000 mulheres na região recebem tratamento por complicações derivadas de intervenções clandestinas, aponta um estudo publicado no International Journal of Obstetrics & Gynaecology.

A Internet e as redes sociais facilitaram o acesso de muitas ao aborto farmacológico − embora seja obtido no mercado negro −, assim como o assessoramento por parte de organizações especializadas. No entanto, as mulheres com menos recursos e as que vivem em zonas rurais se veem forçadas a usar métodos muito perigosos, como introduzir uma agulha na vagina, ou ácido; ou a ingerir medicamentos ou preparados caseiros fora de qualquer controle.

Herrera denuncia também que nos países onde o aborto é restrito ou totalmente proibido, o acesso aos anticoncepcionais modernos não é fácil, e chega a ser limitado. Tanto que cerca de 24 milhões de mulheres em idade reprodutiva na América Latina e no Caribe têm uma necessidade não satisfeita de contracepção moderna − aquela não baseada em métodos considerados naturais ou tradicionais −, segundo cálculos da ONU com dados de 2017.

E a descriminalização tampouco é uma garantia em alguns lugares. Na Costa Rica, a lei tecnicamente permite abortar por risco para a saúde da grávida, mas na prática o acesso à intervenção é quase impossível na saúde pública, alerta a advogada especialista em direitos humanos Larissa Arroyo Navarrete. “As mulheres se veem impedidas de recorrer à interrupção terapêutica da gestação devido aos preconceitos do pessoal de saúde, à deficiência na formação profissional técnica, médica e jurídica, e à cultura institucional dos serviços de saúde”, assinala Arroyo Navarrete.

É o caso de Ana e Aurora, que foram impedidas de abortar apesar de estarem grávidas de fetos com anomalias incompatíveis com a vida e de alegar risco para sua saúde física e mental. Ambas denunciaram a Costa Rica ante a Corte Interamericana de Direitos humanos e aguardam uma sentença ou um acordo. Essa instituição já condenou outros países por casos semelhantes. Como o Peru, que não só obrigou uma jovem de 17 anos a continuar com a gravidez de um feto anencefálico (sem cérebro), como também a forçou a amamentar o bebê durante os quatro dias em que ele permaneceu com vida depois do parto. A garota, conhecida como K. L., carrega até hoje as consequências do que viveu. Considera isso um caso de tortura.

Fonte : El Pais (MARÍA R. SAHUQUILLO)


Abortei na Colômbia porque o governo brasileiro falhou comigo


Por trás da vitória feminista na Argentina, a conveniência de Macri

Bancada evangélica converte proposta pró-mulher em projeto antiaborto

MPF cobra melhorias no SUS para atendimento a mulheres vítimas de abuso sexual

Ciência & Saúde Coletiva

quinta-feira, 21 de junho de 2018

Plantas Medicinais


 Desde sempre o homem faz uso de plantas para tratar os mais diversos tipos de doenças. Essa prática tão antiga permanece sendo muito utilizada nos dias atuais.

      Acontece que, de fato, algumas espécies realmente fazem bem e garantem verdadeiros efeitos que beneficiam a nossa saúde. No entanto, é importante estar atento e desacreditar da história de que tudo que é natural não faz mal. Na realidade não é bem assim!

      Muitas plantas precisam de alguns recursos químicos para se defender, como por exemplo os alcaloides para afastar predadores, por serem tóxicos e amargos. Ou ainda óleos essenciais que são utilizados para atrair aves para a polinização. Algumas dessas substâncias podem sim atuar de forma positiva em nosso organismo, mas, outras podem provocar sérios danos.

      É importante esclarecer também que os termos plantas medicinais e fitoterápicos são coisas diferentes.

      Fitoterápicos são remédios, que passam por uma rigorosa avaliação de segurança e eficácia em seres humanos, com uma concentração de ativos padronizada, o que nem sempre ocorre com as folhas para o preparo de chás.

      No entanto, isso não quer dizer que as pessoas tenham de abandonar as infusões. Mas é preciso respeitar algumas medidas de cautela.

      Conheça algumas plantas medicinais.



Alecrim
      Uma erva rica em óleos essenciais, como a cânfora e o limoneno. Atualmente a erva é muito utilizada no preparo de compressas, ajudando a aliviar hematomas e contusões, além de diminuir as dores provenientes das doenças reumáticas e articulares. Os seus princípios ativos ainda parecem combater enxaquecas, lapsos de memória e até baixa imunidade.


Agrião
      Anti-inflamatório natural das vias respiratórias, e tendo seu consumo bastante indicado para o tratamento das bronquites crônicas. O vegetal também age contra a nicotina, e possui poder diurético. Ele ainda contribui no tratamento de gengivites, aftas, eczemas e acne, melhorando a digestão e ajudando a tratar a tosse.


Canela
      Usada em tratamento de problemas gastrointestinais e até mesmo cólicas menstruais. O óleo essencial da canela é rico em cinamaldeído, agindo como combatente de diversos fungos e micro-organismos. Ele ainda é capaz de inibir moléculas envolvidas no processo inflamatório. Portanto, indicado para problemas de gases e má digestão.



Coentro
      Ajuda no melhor funcionamento digestivo e alívio das cólicas estomacais. Isso é possível pelo fato dele ser fonte de mucilagens, substâncias que ajudam a mucosa do intestino e do estômago a ficar protegida. Seu uso também é indicado para controlar a ansiedade.



Alfazema
      Combate a falta de apetite e até mesmo insônia. A alfazema também é benéfica para quem sofre de cistite e inflamação na bexiga. As folhas de alfazema são utilizadas no preparo de remédios que combatem a conjuntivite. Já as suas flores são utilizadas nos remédios para bronquite, tosse, queimaduras e enxaqueca.



Alho
      Muito conhecido e apreciado, o alho reduz o colesterol alto, atuando como um antisséptico e expectorante natural. Além disso, o seu consumo aumenta a imunidade e alivia os problemas circulatórios. O alimento é rico em vitaminas A, C, B1 e B2, além de ser fonte de minerais como o iodo e o enxofre. Segundo pesquisas recentes, o alho ainda é um anticancerígeno poderoso, quando consumido cru.

      Mas é importante estar atento. Há pessoas que podem ser alérgicas ao alho. Ele também não deve ser usado por quem sofre de gastrite, úlcera, hipoglicemia ou pressão baixa.



Carqueja
      É uma ótima opção para quando a refeição pesada cai mal, contribuindo para o aumento da produção de bile. Contribui na redução da taxa de açúcar no nosso sangue, além dela ser fonte de propriedades anti-úlcera e anti-inflamatórias, contribuindo no tratamento de artrites.



Erva-cidreira
      O chá de erva-cidreira é excelente no combate de gases e cólicas, além de ser um relaxante natural, pois a planta possui efeito calmante, graças aos seus óleos essenciais. Outros benefícios garantidos com o seu uso são o poder analgésico e antiespasmódico, além de ser um bom combatente da herpes labial.



Capim-limão
      Usado como analgésico e para o tratamento de problemas gastrointestinais. O capim-limão pode ser ingerido como sedativo leve. A planta é indicada para auxiliar o trabalho estomacal e expulsar os gases, além dela ser um analgésico e um anti-reumático natural.



Arnica
      Um excelente remédio para hematomas e manchas roxas. Contribui para o alívio das dores. A planta contribui na remoção de coágulos e manchas. Problemas de pele, como a furunculose e a acne, também são tratados com a arnica. Gota, tendinites e dores reumáticas também são aliviadas com o uso da planta.



Boldo-do-Chile
      Contribui na digestão e, indiretamente, nas funções hepáticas. Atua também como anti-inflamatório, inibindo a síntese da prostaglandina. No Chile, os frutos da planta são consumidos como alimento, e não devemos confundir o Boldo-do-Chile com o falso-boldo, uma espécie facilmente encontradas em jardins e hortas no Brasil.



Erva-doce
      Planta muito antiga, conhecida desde os tempos dos antigos egípcios. O seu sabor é muitíssimo conhecido em cremes, sabonetes, licores e claro, balas e doces.

      Por ser rica em óleos essenciais que agem na musculatura abdominal torna-se um ótimo remédio contra gases e dolorosas contrações do estômago e intestino.

      A planta age contra cólicas infantis, gastrite nervosa e enxaquecas. Principalmente as que são causadas por problemas digestivos.

      É também muito indicada como purificador do hálito.

Fonte: Plantei - Sua Saúde - Plantas Medicinais.



terça-feira, 19 de junho de 2018

CHICO BUARQUE

Francisco Buarque de Hollanda,Chico Buarque, é um músico, dramaturgo, escritor e ator brasileiro.
Nascido em 19 de junho de 1944 (idade 74 anos), Rio de Janeiro.



Curiosidades sobre Chico

A primeira composição do Chico foi escrita quando ele tinha 15 anos, chamada ”Canção dos Olhos”. A primeira gravação uma marchinha, “Marcha para um dia de sol”, gravada por Maricene Costa, em 1964.

• Ao perceber que ganharia o festival de Música Brasileira (1966), foi até o presidente da comissão e disse não aceitar a derrota de Disparada, interpretada por Jair Rodrigues. Caso isso acontecesse, iria, na mesma hora, entregar o prêmio ao concorrente. Decisão final? Empate.

• A música “Roda Viva”, segundo Chico, tinha como alvo das críticas a indústria cultural e não o governo da época.
Chico Buarque cursou durante dois anos Arquitetura na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU). Ingressou em 1963 e parou em 1965, quando começou a se dedicar à carreira artística.

• No carnaval de 1998 a Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira foi a campeã do desfile no Rio de Janeiro com um enredo em homenagem a Chico Buarque.

• O musical “Os Saltimbancos” (1977), apesar de inicialmente dedicado ao público infantil, ultrapassou essa barreira graças a letras inteligentes e seu conteúdo político-social.

• Chico Buarque é considerado o compositor da alma feminina.

A música “Meu Caro Amigo” foi feito para o teatrólogo Augusto Boal. O Brasil vivia o regime da ditadura militar, muitos artistas estavam em exílio. Augusto Boal morando em Portugal queria saber como andavam as coisas em nossas terras tupiniquins, Chico resolveu atender o pedido juntamente com Francis Hime e enviou a carta para Lisboa através da mãe do próprio Augusto. A Carta foi entregue para Boal em um almoço onde estavam presentes outros amigos também exilados, entre eles Darcy Ribeiro e Paulo Freire.

A primeira incursão de Chico ao teatro foi escrevendo a peça Roda Viva (1967). É considerada uma das peças mais importantes do teatro brasileiro na década de 60.


A peça virou um símbolos de resistência à ditadura tanto que, um grupo de pessoas do CCC (Comando de Caças aos Comunistas) invadiram o Teatro Ruth Escobar em São Paulo, espancaram os artistas do elenco e depredaram o cenário. Depois disso a peça foi para Porto Alegre, sofrendo novo atentado o que culminou com o fim do espetáculo.


Em 2016, Chico enviou um comunicado extrajudicial para a emissora TV Cultura para retirada da sua música Roda Viva de uns dos programas de entrevistas mais antigos da tv brasileira “Roda VIva. O pedido surgiu depois de um edição onde o atual presidente da república Michel Temer foi entrevistado, em nota o cantor deu a entender que o programa seria “Chapa Branca” (termo usado quando você quer aliviar o lado de alguém).


Chico ganhou 3 vezes o prémio Jabuti, o mais importante prémio literário do Brasil.


“Leite Derramado” foi eleito o livro do ano de ficção em 2000.


As músicas de Chico mais regravadas são: “Anos Dourados”, “Retrato em Branco e Preto” e “Gente Humilde”.
Chico quando jovem disse que seu sonho era cantar como João Gilberto, fazer música como Tom Jobim e letra como Vinicius de Moraes.



Esta carta foi gravada pelo compositor em vídeo exibido durante a exposição Meus caros amigos – Augusto Boal – Cartas do exílio, realizada no IMS em 2016.
Fontes:

sábado, 16 de junho de 2018

Futebol e Politica - Impossível Separar no Brasil

Esporte e politica andam lado a lado e no caso do futebol que é uma paixão quase que unanime , não seria diferente.
O uso político do futebol não é novidade na história do esporte. Seja por regimes autoritários ou democráticos, o futebol sempre foi instrumento de mobilização das massas para determinados anseios políticos. Políticos de diferentes correntes ideológicas percebem a imensa capacidade que o futebol tem de mobilizar sentimentos coletivos – sejam eles regionais ou nacionais.
A popularidade do futebol é mundial e no caso brasileiro oferece subsídios para analises políticas, culturais, econômicas e sociais.


Abaixo uma coletânea de matérias e textos onde se abordam o tema desde os anos 60 até os dias de hoje.


A Democracia Corinthiana durou apenas dois anos, mas foi um movimento que marcou a história do futebol brasileiro.


https://brasilescola.uol.com.br/educacao-fisica/a-democracia-corinthiana.htm


Ditadura e Futebol
Na Copa de 78, o ‘conselho’ do ditador Geisel ao artilheiro Reinaldo




https://www.sul21.com.br/ultimas-noticias/politica/2014/06/ditadura-e-futebol-na-copa-de-78-o-conselho-do-ditador-geisel-ao-artilheiro-reinaldo/


A estreita e histórica relação entre futebol e política

https://pt.linkedin.com/pulse/estreita-e-hist%C3%B3rica-rela%C3%A7%C3%A3o-entre-futebol-pol%C3%ADtica-gabriela-costa
"Noventa milhões em ação, pra frente Brasil, do meu coração. Todos juntos vamos, pra frente Brasil! Salve a Seleção."
https://www.huffpostbrasil.com/gabriela-costa/a-estreita-e-historica-relacao-entre-futebol-e-politica_a_21670047/

quinta-feira, 14 de junho de 2018

Ernesto Guevara de La Serna- Textos





“Queridos filhos, cresçam como bons revolucionários. Lembrem-se que cada um de nós, sozinho, não vale nada. Sobretudo, sejam sempre capazes de sentir profundamente qualquer injustiça cometida contra qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo. Esta é a qualidade mais linda de um revolucionário”.

(Última carta de Che Guevara para seus filhos e filhas)


Ernesto Guevara de la Serna- Textos

O socialismo não é uma sociedade beneficente, não é um regime utópico, baseado na bondade do homem como homem. O socialismo é um regime a que se chega historicamente e que tem por base a socialização dos bens fundamentais de produção e a distribuição equitativa de todas as riquezas da sociedade, numa situação de produção social. Isto é, a produção criada pelo capitalismo: as grandes fábricas, a grande pecuária capitalista, a grande agricultura capitalista, os locais onde o trabalho humano era feito em comunidade, em sociedade; mas naquela época o aproveitamento do fruto do trabalho era feito pelos capitalistas individualmente, pela classe exploradora, pelos proprietários jurídicos dos bens de produção.

Che Guevara


Mas vocês, estudantes de todo o mundo, jamais se esqueçam de que por
trás de cada técnica há alguém que a empunha e que esse alguém é uma
sociedade e que se está a favor ou contra essa sociedade. E que mesmo
quando não se fala de política em nenhum lugar, o homem político não
pode renunciar a essa situação imanente à sua condição de ser humano.
E que a técnica é uma arma e que quem sinta que o mundo não é tão
perfeito quanto deveria ser deve lutar para que a arma da técnica seja posta a serviço da sociedade, e antes, por isso, resgatar a sociedade, para que toda técnica sirva à maior quantidade possível de seres humanos, e para que possamos construir a sociedade do futuro - qualquer que seja seu nome [...].

Che Guevara




Titulo: Zamba del Che
Autor: Rubén Ortiz - Víctor Jara (Chile)
Interprete: Víctor Jara 
ZAMBA DEL CHE

Vengo cantando esta zamba
con redoble libertario,
mataron al guerrillero
Che comandante Guevara.
Selvas, pampas y montañas
patria o muerte su destino.

Que los derechos humanos
los violan en tantas partes,
en América Latina
domingo, lunes y martes.
Nos imponen militares
para sojuzgar los pueblos,
dictadores, asesinos,
gorilas y generales.

Explotan al campesino
al minero y al obrero,
cuanto dolor su destino,
hambre miseria y dolor.
Bolívar le dió el camino
y Guevara lo siguió:
liberar a nuestro pueblo
del dominio explotador.

A Cuba le dió la gloria
de la nación liberada.
Bolivia también le llora
su vida sacrificada.
San Ernesto de La Higuera
le llaman los campesinos,
selvas, pampas y montañas,
patria o muerte su destino.

 Lyrics: Rubén Ortiz 
Music: Víctor Jara (Chile)


terça-feira, 12 de junho de 2018

Afrodite de quiser


Apesar de ser uma data meramente comercial é certo que o Dia dos Namorados acabou se incorporando na nossa cultura e é uma ocasião celebrada pelos últimos, penúltimos e antepenúltimos românticos.
A escolhida para comemorar essa data gostosa é ninguém menos que a Titia do Rock com uma de suaa músicas censuradas pela ditadura.
Nem a rainha do rock escapou da censura, uma das suas músicas censuradas foi "Banho de Espuma". Originalmente, a canção se chamaria "Afrodite". Com as edições feitas para ser liberada pelos censores, a canção ganhou o novo título e saiu no álbum "Saúde", de 1981.

"Acredito que os 'home' da censura me viam como uma Maria Madalena que gostariam de apedrejar, hahahaha", disse Rita Lee, em uma de suas entrevista ... "Nem lembro mais das censuradas, era tanta chateação que eu acabava desistindo", completou.

Confira como era o trecho de "Afrodite" vetado pelos censores e como ficou a nova música, "Banho de Espuma", com as devidas edições.

Como era:

"Que tal nós dois

Numa banheira de espuma

El cuerpo caliente

Num dolce far niente

Sem culpa nenhuma

Fazendo massagem

Relaxando a tensão

Em plena vagabundagem

Em qualquer posição

Falando muita bobagem

Bulinando com água e sabão"

Como ficou:

"Que tal nós dois

Numa banheira de espuma

El cuerpo caliente

Num dolce far niente

Sem culpa nenhuma

Fazendo massagem

Relaxando a tensão

Em plena vagabundagem

Com toda disposição

Falando muita bobagem

Esfregando com água e sabão"

Com ou sem censura é uma deliciosa sugestão para a noite dos namorados :


segunda-feira, 11 de junho de 2018

Poemas de Drummond musicados por Belchior



O cantor e compositor Belchior lançou em 2004
"As várias caras de Drummond",
ele criou melodia para 31 poemas Carlos Drummond de Andrade, obras conhecidas, como “Sentimental” e “No Banco de Jardim”, com outras menos propagadas, como “Liquidação” e “Lanterna Mágica”.


Belchior também desenhou 31 gravuras com o rosto do poeta mineiro.




O Protesto na Rampa, em 1984.




O Protesto na Rampa, em 1984.

Era final do governo Figueiredo, a Ditadura militar dava seus últimos suspiros e faltava apenas um ano para que um sucessor fosse eleito. Ainda que por uma eleição indireta, após 20 anos, o governo militar seria substituído por um presidente civil.

O candidato "governista", escolhido pela antiga Arena, seria Paulo Maluf contra Tancredo Neves, ex-governador de Minas Gerais e candidato da oposição, o PMDB. Em meio a uma conferência, em que estava presente Paulo Maluf, este interpela Figueiredo dizendo "Sorria, Presidente!".

A resposta não foi outra:

"Eu estou na minha casa e fico como eu quero."

A questão é que o então presidente militar estava desgostoso com a presença de fotógrafos dentro do gabinete presidencial. A situação piorou mais um pouco quando diversos fotógrafos presenciaram e escutaram a conversa entre Maluf e Figueiredo, fazendo com que o diálogo estampasse as primeiras páginas dos jornais. Lendo as manchetes, no dia seguinte, o presidente chamou os fotógrafos e jornalistas de mentirosos, alegando que a conversa nunca tinha acontecido.

Em represália, Figueiredo proibiu o acesso de qualquer fotógrafo ou cinegrafista ao seu gabinete e as poucas chances de fotografa-lo praticamente se reduziram a nenhuma. A partir de então, os únicos momentos propícios para tanto seriam quando o presidente subisse ou descesse a rampa do palácio.

Foi num desses episódios que os cinegrafistas-fotógrafos realizaram o protesto, visando demonstrar a Figueiredo o quanto era importante a documentação fotográfica no jornalismo. No dia fatídico, o militar começou a descer a rampa, quando todos os fotógrafos presentes colocaram suas câmeras no chão, não registrando o momento.

O acontecimento foi registrado apenas por J. França, encarregado de fazer a foto-protesto, distribuindo para todos os jornais, virando notícia mundial.


Fonte: Imagens & História
https://www.facebook.com/imagenshistoria2/photos/a.145396356182998.1073741827.145394332849867/202411540481479/?type=3&theater

Gêneros Textuais

Muito se tem falado sobre a diferença entre “tipos textuais” e “gêneros textuais”. Alguns teóricos denominam dissertação, narração e descrição como “modos de organização textual”, diferenciando-os das nomenclaturas específicas que são consideradas “gêneros textuais”.

Tipos textuais
Designam uma seqüência definida pela natureza linguística de sua composição. São observados aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas.
Narração
Descrição
Argumentação
Injunção
Exposição

Gêneros textuais
São os textos materializados encontrados em nosso cotidiano. Esses apresentam características sócio-comunicativas definidas por seu estilo, função, composição, conteúdo e canal.
Carta pessoal, comercial, bilhete
Diário pessoal, agenda, anotações
Romance
Resenha
Blog
E-mail
Bate-papo (Chat)
Orkut
Vídeo-conferência
Second Life (Realidade virtual)
Fórum
Aula expositiva, virtual
Reunião de condomínio, debate
Entrevista
Lista de compras
Piada
Sermão
Cardápio
Horóscopo
Instruções de uso
Inquérito policial
Telefonema etc


Para se interpretar bem um texto, é preciso conhecê-lo, reconhecendo sua estrutura e compreendendo seu objetivo. Por isso, quanto mais você ler, e de preferência produções de diferentes gêneros, mais fácil será entender e interpretar um novo escrito. Assim, você enriquece seu vocabulário e seu conhecimento aumenta. As intertextualidades (textos que fazem referência a outros textos) serão, facilmente, identificadas e você poderá saborear melhor cada nova leitura. Lembre-se de que saber e sabor possuem a mesma etimologia (origem).A seguir serão vistos alguns gêneros textuais encontrados na mídia impressa.

Notícia
Relato de fatos ou acontecimentos atuais, geralmente de importância e interesse para a comunidade, sem comentários pessoais, opiniões ou interpretações por parte de quem escreve. Os títulos são chamativos (manchetes) para atrair a atenção de quem lê. No início do texto, freqüentemente, aparece um pequeno resumo com as informações essenciais do fato noticiado (lide).

Reportagem
Relato de fatos de interesse do público, com acréscimo de entrevistas e comentários para que possa ter uma visão mais ampla do assunto tratado. Nesse tipo de texto, podem ocorrer interpretações e opiniões acerca do fato relatado, baseadas em estatísticas, depoimentos e comparações com acontecimentos relacionados ao assunto tratado.

Entrevista
Objetiva registrar um depoimento de uma pessoa pública ou que este esteja relacionada a algum acontecimento atual. É utilizada para dar veracidade a uma reportagem ou para saciar a curiosidade dos leitores sobre aspectos da vida profissional ou pessoal do entrevistado. Para tanto, é organizada na forma de perguntas e respostas.

Editorial
Texto de caráter opinativo, escrito de maneira impessoal e publicado sem assinatura. Possui estrutura semelhante à de um texto dissertativo, de intenção persuasiva. Nele os editores do veículo expressam, formalmente, sua opinião acerca dos mais diversos assuntos, principalmente, os mais polêmicos e atuais.

Artigo de opinião
Assim como o editorial também é um texto de caráter opinativo. Porém, ao invés de representar a opinião do veículo em que está sendo divulgado, tem caráter pessoal. Logo, deve vir assinado pelo autor, que se responsabiliza pelo conteúdo, ou seja, pelas opiniões apresentadas.

Crônica jornalística
Aborda assuntos e acontecimentos do dia-a-dia, apreendidos pela sensibilidade do cronista e desenvolvidos de forma pessoal por ele. Geralmente, contém ironia e humor, já que seu objetivo principal é fazer uma crítica social ou política. Luís Fernando Veríssimo e João Ubaldo Ribeiro são exemplos atuais desse tipo de texto.

Resenha crítica
Apresenta o conteúdo de uma obra. Indica-se a forma de abordagem do autor a respeito do tema e da teoria utilizada. É uma análise crítica, pois encerra um conceito de valor emitido pelo resenhista sobre a obra em questão. Pode-se fazer uma resenha crítica sobre um livro, um show, um espetáculo teatral, entre outros.

Carta do leitor
Texto em que o leitor de jornal ou da revista manifesta seu ponto de vista sobre um determinado assunto da atualidade, usando elementos argumentativos.

Divulgação científica
Textos informativos com vocabulário preciso, frases curtas, ou seja, objetivo. Tem por finalidade divulgar para o grande público as descobertas mais recentes no campo das ciências em geral.
A utilização de célula-tronco em portadores de deficiências físicas é um tema que se encontra em vários jornais e revistas atualmente.

Fonte: https://julcirocha.wordpress.com/

BIBLIOGRAFIA INDICADA
DIONÍSIO, Angela Paiva, MACHADO; Anna Rachel; BEZERRA, Maria Auxiliadora (Orgs.). Gêneros textuais & ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005.

MARCUSHI, Luiz Antônio; XAVIER, Antônio Carlos (orgs.). Hipertexto e gêneros digitais. 



sexta-feira, 8 de junho de 2018

Filmes sobre Educação e Professores

Prepara a pipoca, ajeita a almofada e confere essa lista que nós preparamos com 13 filmes e documentários que tratam sobre a relação professor-aluno e os desafios da educação.


Sociedade dos poetas mortos
Em 1959 na Welton Academy, uma tradicional escola preparatória, um ex-aluno (Robin Williams) se torna o novo professor de literatura, mas logo seus métodos de incentivar os alunos a pensarem por si mesmos cria um choque com a ortodoxa direção do colégio, principalmente quando ele fala aos seus alunos sobre a "Sociedade dos Poetas Mortos".




Mentes perigosas
O filme MentesPerigosas conta a história verídica da ex-fuzileira naval e
 professora Louanne Johnson. Sua trajetória em uma escola norte-americana de Ensino Médio para alunos muito capazes, porém, com grandes problemas sociais é abordada.
Ao se deparar com esses alunos problemáticos e sem interesse em se dedicar aos estudos, ela, que a princípio mantinha uma postura tradicional de ensino, percebe que precisa reformular sua prática pedagógica para criar um vínculo com seus alunos, a fim de motivá-los.





 Numa escola de Havana
Chala é um garoto de 11 anos com uma vida familiar difícil e um comportamento problemático na escola. Quando sua professora Carmela, a única pessoa que Chala respeita, tem que se ausentar por motivos de saúde, sua substituta o transfere para um internato. Ao voltar, Carmela tenta reverter a decisão, mas os compromissos que ela terá que assumir irão colocar os dois em risco.




Meu mestre, minha vida
Em 1987, a Eastside High School reunia professores incapazes, alunos desmotivados, delinquentes e traficantes. E era considerada a pior das escolas de Nova Jersey. Até que um homem chegou para mudar tudo. Drama dirigido por John G. Avildsen e estrelado por Morgan Freeman. Baseado numa história real.



O preço do desafio
O filme fala da história de Jaime Escalante, um professor de matemática em uma escola em um bairro hispânico que está convencido que seus alunos tem potencial para crescer na vida. A partir disso, ele cria métodos não convencionais de ensino para tentar ajudar jovens membros de gangues a passar no temeroso Exame Nacional de Cálculos Avançados.






Gênio Indomável
Em Boston, um jovem de 20 anos que já teve algumas passagens pela polícia e servente de uma universidade, revela-se um gênio em matemática. Entretanto, por determinação legal, precisa fazer terapia, mas nada funciona, pois ele debocha de todos os analistas, até se identificar com um deles.





 Escola de Rock
Dewey Finn (Jack Black) é um músico que acaba de ser demitido de sua banda. Cheio de dívidas para pagar e sem ter o que fazer, ele aceita dar aulas como professor substituto em uma escola particular de disciplina rígida. Logo Dewey se torna um exemplo para seus alunos, sendo que alguns deles se juntam ao professor para montar uma banda local, sem o conhecimento de seus pais.




 Escritores da liberdade
Quando vai parar numa escola corrompida pela violência e tensão racial, a professora Erin Gruwell combate um sistema deficiente, lutando para que a sala de aula faça a diferença na vida dos estudantes. Agora, contando suas próprias histórias, e ouvindo as dos outros, uma turma de adolescentes supostamente indomáveis vai descobrir o poder da tolerância, recuperar suas vidas desfeitas e mudar seu mundo.



Ao mestre com carinho
Mark Thackeray (Sidney Poitier) é engenheiro, mas ficou desempregado e resolveu dar aulas em Londres. Ele começa a ensinar alunos majoritariamente brancos em uma escola no bairro operário de East End. Thackeray se depara então com adolescentes indisciplinados e desordeiros, e que estão determinados a destruir suas aulas. Só que o engenheiro, acostumado com hostilidades, não se amendronta e enfrenta o desafio de ensinar uma turma de baderneiros. Ao receber um convite para voltar a atuar como engenheiro, ele tem que decidir se pretende seguir como mestre ou voltar ao antigo cargo.






 Pro dia nascer feliz
"Pro Dia Nascer Feliz" é o segundo longa-metragem do diretor João Jardim, diretor do cultuado documentário "Janela da Alma" que, em 2002, bateu recordes de público no gênero. Através de uma investigação do relacionamento do adolescente com a escola - ambiente fundamental em sua formação - o diretor traz à tona, além de questões comuns a qualquer adolescente dentro do ambiente escolar, questões como a desigualdade social e o impacto da banalização da violência no desenvolvimento de muitos desses jovens






 Preciosa - uma história de esperança
1987, Nova York, bairro do Harlem. Claireece "Preciosa" Jones (Gabourey Sidibe) é uma adolescente de 16 anos que sofre uma série de privações durante sua juventude. Violentada pelo pai (Rodney Jackson) e abusada pela mãe (Mo'Nique), ela cresce irritada e sem qualquer tipo de amor. O fato de ser pobre e gorda também não a ajuda nem um pouco. Além disto, Preciosa tem um filho apelidado de "Mongo", por ser portador de síndrome de Down, que está sob os cuidados da avó. Quando engravida pela segunda vez, Preciosa é suspensa da escola. A sra. Lichtenstein (Nealla Gordon) consegue para ela uma escola alternativa, que possa ajudá-la a melhor lidar com sua vida. Lá Preciosa encontra um meio de fugir de sua existência traumática, se refugiando em sua imaginação.



Clube do Imperador
William Hundert (Kevin Kline) é um professor da St. Benedict's, uma escola preparatória para rapazes muito exclusiva que recebe como alunos a nata da sociedade americana. Lá Hundert dá lições de moral para serem aprendidas, através do estudo de filósofos gregos e romanos. Hundert está apaixonado por falar para os seus alunos que "o caráter de um homem é o seu destino" e se esforça para impressioná-los sobre a importância de uma atitude correta. Repentinamente algo perturba esta rotina com a chegada de Sedgewick Bell (Emile Hirsch), o filho de um influente senador. Sedgewick entra em choque com as posições de Hundert, que questiona a importância daquilo que é ensinado. Mas, apesar desta rebeldia, Hundert considera Sedgewick bem inteligente e acha que pode colocá-lo no caminho certo, chegando mesmo a colocá-lo na final do Senhor Julio Cesar, um concurso sobre Roma Antiga. Mas Sedgewick trai esta confiança arrumando um jeito de trapacear.






O sorriso de Mona Lisa
Katharine Watson (Julia Roberts) é uma recém-graduada professora que consegue emprego no conceituado colégio Wellesley, para lecionar aulas de História da Arte. Incomodada com o conservadorismo da sociedade e do próprio colégio em que trabalha, Katharine decide lutar contra estas normas e acaba inspirando suas alunas a enfrentarem os desafios da vida.



Fonte : Adoro Cinema - EBD21 - Cinépolis