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quinta-feira, 28 de junho de 2018

Raulzito 7.3



Pai do Rock e simbolo da contra cultura, em seu disco e projeção nacional Krig ha bandolo! lançado nos anos de chumbo (1973), o maluco beleza fã de Elvis Presley e Luiz Gonzaga, inventou um inseto-terrorista disposto a se tornar, como o próprio compositor, uma encrenca para os generais. “E não adianta vir me dedetizar/ pois nem o DDT pode assim me exterminar / porque cê mata uma e vem outra em meu lugar”, dizia a letra de “Mosca na Sopa”.


A canção driblou a censura, assim como “Ouro de Tolo, o hino-desabafo que ironizava a alienação característica de quem se contentava em comprar um corcel zero quilômetro enquanto a violência da repressão se difundia pelo país. O título do disco, no entanto, chamou atenção da polícia, e tanto Raul quanto seu parceiro, o letrista Paulo Coelho, foram levados ao Dops no início de 1974. “O que significa Krig-ha, bandolo!?”, quis saber o policial. “Cuidado com o inimigo!”, respondeu Paulo Coelho, segundos antes de perceber o duplo sentido da frase. Os policiais não acreditaram quando ele jurou que era apenas um grito de guerra proferido por Tarzan nos quadrinhos. “Que inimigo, o governo?”. No DOI-Codi, também perguntaram sobre uma tal Sociedade Alternativa, citada num gibi encartado no álbum. Com esse nome, só podia ser uma organização subversiva, vinculada a algum grupo de esquerda…


A casa de Raul foi invadida por agentes em busca de documentos que comprovassem a existência da sociedade. Paulo Coelho apanhou na prisão. Àquela altura, o segundo álbum de Raul, Gita, já estava na prensa, com uma foto do cantor usando uma boina de Che Guevara na capa e, o que era pior, com a música Sociedade Alternativa , também de Raul e Paulo, com o verso-protesto “faça o que tu queres, pois é tudo da lei”.


“Sociedade Alternativa” foi vetada nos shows, inaugurando não apenas um período de perseguição que renderia duas dezenas de canções censuradas em um par de anos, mas também um autoexílio em Nova York, em julho de 1974. Raul acabaria voltando ao Brasil naquele mesmo ano em razão do sucesso de Gita, o qual lhe rendeu seis discos de ouro, com mais de 600 mil cópias vendidas.

Por uma razão muito particular, entre tantas obras deixo aqui minha preferida em comemoração aos 73 anos de Raul Seixas :



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