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quarta-feira, 30 de maio de 2018

Bem mais que um rapaz latino americano



Nascido em Sobral/Ceará, cresceu em meio a uma família de músicos e poetas. Ainda na adolescência  mudou-se para Fortaleza, onde estudou Ciências Humanas e iniciou Medicina, mas abandonou a faculdade no 4.º ano, seguindo para o Rio de Janeiro, quando se uniu aos também cearenses Fagner e Ednardo, abraçando de vez a carreira artística. Nos anos seguintes estreou brilhando nos festivais de Musica Popular Brasileira.

Da Tropicália até a década de 80, Belchior lançou discos memoráveis, como “Alucinação” (1976), “Coração Selvagem” (1977), “Todos os Sentidos” (1978), “Era uma Vez um Homem e Seu Tempo” (1979) e “Objeto Direto” (1980). Suas canções, obrigatórias em qualquer antologia da música brasileira, também fizeram sucesso na voz de Elis Regina (Como Nossos Pais), Jair Rodrigues (Galos, Noites e Quintais) e Vanuza (Paralelas).

Entre outros sucessos de Belchior destacam-se: “Apenas um Rapaz Latino Americano”, “Velha Roupa Colorida”, “Hora do Almoço”, “Divina Comédia Humana”, “Medo de Avião” e “Mucuripe”, feita em parceria com Fagner e também gravada por Elis Regina.

Belchior lançava um disco por ano e se dedicava completamente à carreira. No final de 2006 o cantor parou de agendar shows e aos poucos foi se despojando de todos os bens materiais e obrigações e se afastou da vida pública, desaparecendo totalmente em 2009. 
Foi encontrado no Uruguai. Depois, sumiu novamente. Junto com a produtora cultural Edna Assunção perambulou por várias cidades do Rio Grande do Sul. Há quatro anos vivia em Santa Cruz do Sul, em uma casa emprestada por um fã.

Nos últimos anos, Belchior trabalhava em uma nova tradução da Divina Comédia, de Dante Alighieri, obra que muitas vezes serviu de inspiração para suas músicas.

A razão pela qual  Belchior saiu dos holofotes nos últimos anos que precederam sua morte continua sendo desconhecida, porém sua vida e sua obra continuam despertando paixões e projetos culturais.


terça-feira, 29 de maio de 2018

Cursos Online Gratuitos Para Fazer em 2018

Cursos Online Gratuitos Para Fazer em 2018




Em temos de crise econômica e num cenário onde 14 milhões de pessoas estão desempregadas , são cada vez mais concorridas a vagas que surgem  no mercado de trabalho.

Estudar sempre é fundamental para se manter no mercado de trabalho cada dia mais competitivo. E não ter condição financeira para investir em um curso já não será mais um problema.

Diversas empresas têm dado oportunidades para quem deseja conquistar mais conhecimento e se especializar em algum segmento profissional.

São cursos gratuitos e com certificação e reconhecimento , vale a pena conhecer.


Abaixo temos links onde são disponibilizados cursos para várias áreas de atuação e que são abertos para todos.


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A lenda do Unhudo da Pedra Branca


Do coração do estado de São Paulo vem a lenda do Unhudo da Pedra Branca, um mito que existe há muito tempo em uma cidadezinha chamada Dois Córregos, na qual eu tive o prazer de viver da primeira infância até a adolescência.
Localizada no bairro do Morro Alto, às margens do Rio Tietê, próximo à divida do município de Mineiros do Tietê, a gruta da Pedra Branca é o endereço do nosso mito ...um homem muito alto (dizem que passa de dois metros de altura), magro, cabelos compridos,  mãos deformadas e unhas longas e um chapéu de palha. Para muitos é um " corpo seco", um morto vivo, uma assombração.
Os primeiros relatos da aparição do Unhudo remontam do início da fundação da cidade, com a chegada dos " intrusos" habitantes, há mais de 150 anos.
Diz a lenda que quem entra na mata e come jabuticaba silvestre leva um tapa do guardião da mata que desmaia e acorda do outro lado das margens do rio Tietê.
Não faltam depoimentos de vítimas do unhudo, cuja força na mão seria capaz de provocar fratura exposta.
Segundo os moradores mais antigos, o Unhudo seria um morador antigo de uma fazenda do local, comprada por um homem muito rico que o expulsou, passando a viver na mata se alimentando de frutas silvestres, daí a aparência esguia, cabelos e unhas longas.
Após sua morte tornou-se guardião da região assombrando a todos que ousarem roubar frutas, flores ou fazer mal algum a mata que envolve a Pedra Branca.
Nosso personagem ganhou até um documentário, além de outros vídeos com relatos de suas aparições, confira :



domingo, 27 de maio de 2018

Lendas brasileiras






Desde muito, muito tempo atrás, os homens criam histórias para tentar compreender as coisas ao seu redor. Por que a Lua possui quatro fases? Como surgiu o guaraná? Se hoje temos o Google para tirar nossas dúvidas, eles contavam apenas com a própria imaginação. E assim nasceram as lendas, transmitidas de pai para filho por gerações, até os tempos atuais.

As Lendas folclóricas brasileiras são inúmeras, inclusive há estórias diferentes sobre o mesmo personagem em cada região do país.

As lendas são estórias contadas de uma pessoa para outra, e assim transmitidas até a presente data de forma oral. São misturadas neses contos, fatos históricos, reais e invensões frutos da fantasia.

As lendas podem ser a respeito de deuses, herois, personagens sobrenaturais, contos indigenas, lugares e coisas encatandas, e muitos outros tipos.

Há muitos contos que são tradicionais em uma região e pouco conhecido em outras, porém tem também aquelas lendas contadas em todas as regiões do Brasil, independentemente de sua origem.

Devemos levar em conta que uma lenda não significa uma mentira, nem tão pouco uma verdade absoluta, o que devemos considerar é que uma história para ser criada, defendida e o mais importante, ter sobrevivido na memória das pessoas, ela deve ter no mínimo uma parcela de fatos verídicos.

Muitos pesquisadores, historiadores, ou folcloristas, afirmam que as lendas são apenas frutos da imaginação popular, porém como sabemos as lendas em muitos povos são "os livros na memória dos mais sábios".

Se você já escutou mais de uma versão sobre uma lenda, não se assuste. Essa é, inclusive, uma de suas características. Por serem transmitidas oralmente, elas assumem diferentes formas de acordo com a época e o lugar.

As lendas brasileiras são, de certo modo, a nossa mitologia, já que lidam com divindades indígenas e com mitos que falam da nossa nacionalidade. Todos lidam com os mesmos temas, comuns a todas as raças e povos, como amor, morte, sobrevivência, ambição, generosidade.




Agora vamos conhecer algumas lendas brasileiras.

Região Norte

Lenda do Saci Pererê


A lenda do Saci é uma das mais difundidas no Brasil. Segundo muitos autores, o Saci é um menino travesso, de cor negra, que possui apenas uma perna, usa  uma carapuça ou gorro vermelho na cabeça e fica o tempo todo fumando cachimbo.
Costuma correr atrás dos animais para afugentá-los, gosta de montar em cavalos e dar nó em suas crinas. O Saci Pererê pode também aparecer e desaparecer misteriosamente, é muito irrequieto e não para um instante sequer, pois fica pulando de um lugar para outro e toda vez que apronta as suas travessuras, ele dá risadas alegres e agudas e gosta de assobiar, principalmente quando não existem as noites de luar.
Ao Saci Pererê são atribuídas às coisas que dão errado. Ele entra nas casas e apaga o fogo, faz queimar as comidas das panelas, seca a água das vasilhas, dá muito trabalho às pessoas escondendo os objetos que dificilmente serão encontrados novamente. Seu principal divertimento é atrapalhar as pessoas para se perderem.
Dizem que ele veio do meio de um redemoinho e para espantá-lo as pessoas atiram uma faca no redemoinho ou então o chamam pelo seu nome. Embora pertença ao folclore da região sudeste e sul, ele também foi introduzido ao folclore do norte por ser uma figura muito popular nesta região do país.


Lenda do Boitatá


Diz a lenda que, há muito tempo atrás, uma noite se prorrogou muito parecendo que nunca mais haveria luz do dia. Era uma noite muito escura, sem estrelas, sem vento, e sem barulho algum dos bichos da floresta, era um grande silêncio.
Os homens viveram dentro de casa e estavam passando fome e frio. Não havia como cortar lenha para os braseiros que mantinham as pessoas aquecidas, nem como caçar naquela escuridão. Era uma noite sem fim. Os dias foram passando e a chuva começou, choveu muito, esta chuva inundou tudo e muitos animais acabaram morrendo. Uma grande cobra que vivia em repouso num imenso tronco despertou faminta e começou a comer os olhos de animais mortos que brilhavam boiando nas águas.Alguns dizem que eles brilhavam devido a luz do último dia em que os animais viram o sol. De tanto olhos brilhantes que a cobra comeu, ela ficou toda brilhante como fogo e transparente. A cobra se transformou num monstro brilhante, o Boitatá. Dizem que o Boitatá assusta as pessoas quando elas entram na mata à noite. Mas muitos acreditam que o Boitatá protege as matas contra incêndios.


Lenda do Boto


De acordo com a lenda, um boto cor-de-rosa sai dos rios nas primeiras horas das noites de festa e com um poder especial, transforma-se em um lindo jovem vestido com roupas brancas.
Ele usa um chapéu branco para encobrir o rosto e disfarçar o nariz grande. Nas festas, com seu jeito galanteador e falante, o boto dança, bebe, se comporta como um rapaz normal e  aproxima-se das jovens solteiras, seduzindo-as.
Logo após, consegue convencer as mulheres para um passeio no fundo do rio, local onde costuma engravidá-las. Na manhã seguinte volta a se transformar no boto, pois o seu encantamento só acontece à noite.


Lenda da Vitória-Régia


Conta a lenda que uma índia chamada Naiá, ao contemplar a lua (Jaci) que brilhava no céu, apaixona-se por ela.

Segundo contavam os indígenas, Jaci descia à terra para buscar alguma virgem e transformá-la em estrela do céu. Naiá ao ouvir essa lenda, sempre sonhava em um dia virar estrela ao lado de Jaci.

Assim todos as noites, Naiá saia de casa para contemplar a lua e aguardar o momento da lua descer no horizonte e sair correndo para tentar alcançar a lua. Todas as noites Naiá repetia essa busca, até que uma noite Naiá decide mais uma vez tentar alcançar a lua, nessa noite Naiá vê o reflexo da lua nas águas do igarapé e sem exitar mergulha na tentativa de tocá-lo e acaba afogando-se. Jaci se sensibiliza com o esforço de Naiá e a transforma na grande flor do Amazonas, a Vitória Régia, que só abre suas pétalas ao luar.


Região Nordeste

Cuca 
A Cuca é um dos principais seres mitológicos do folclore brasileiro. Ela é conhecida popularmente como uma velha feia na forma de jacaré que rouba as crianças desobedientes.
A origem desta lenda está em um dragão,  coca das lendas portuguesas, esta tradição foi trazida para o Brasil na época da colonização.
Diz a lenda, que a Cuca rouba as crianças que desobedecem a seus pais. A Cuca dorme uma noite a cada 7 anos, e quando fica brava dá um berro que dá pra ouvir à 10 léguas de distância. Pelo fato da Cuca praticamente não dormir, alguns adultos tentam amedrontar as crianças que resistem dormir, dizendo que se elas não dormirem, a Cuca irá pegá-las.


Negro d'água

Conta a lenda que o Negro D'água ou Nego D'água vive em diversos rios. Manifestando-se com suas gargalhadas, preto, careca e mãos e pés de pato, o Negro D'água derruba a canoa dos pescadores, se eles se negarem de dar um peixe. Em alguns locais do Brasil, ainda existem pescadores que, ao sair para pescar, levam uma garrafa de cachaça e a jogam para dentro do rio, para que não tenham sua embarcação virada.
Esta é a História bastante comum entre pessoas ribeirinhas, principalmente na Região Centro-Oeste do Brasil, muito difundida entre os pescadores, dos quais muitos dizem já ter o visto.Segundo a Lenda do Negro D'Água, ele costuma aparecer para pescadores e outras pessoas que estão em algum rio. Não se há evidências de como nasceu esta Lenda, o que se sabe é que o Negro D'Água só habita os rios e raramente sai dele, seu objetivo seria como amedrontar as pessoas que por ali passam, como partindo anzóis de pesca, furando redes dando sustos em pessoas a barco, etc. Suas características são muito peculiares, ele seria a fusão de homem negro alto e forte, com um anfíbio. Apresenta nadadeiras como de um anfíbio, corpo coberto de escamas mistas com pele.


Alamoa 


Conta a Lenda que Alamoa ou dama branca é a aparição de uma mulher branca, muito bonita, loura, que anda nua e que aparece dançando na praia iluminada pelos relâmpagos de tempestade próxima.

Dizem que ela atrai os pescadores ou caminhantes que voltam tarde e depois se transforma em um esqueleto, endoidecendo o namorado que a seguiu.

Aparece também como uma luz ofuscante, multicor, a perseguir quem foge dela. Sua residência é o Pico, elevação rochosa de 321 metros na ilha de Fernando de Noronha.


Região Centro-Oeste

Arranca Línguas

De acordo com as pessoas que já o viram, o Arranca Línguas seria como um grande Gorila, porém muito maior do que um Gorila ou um homem.
Segundo contam, um dos seus principais alimentos é a língua, que pode ser tanto de animais, como bois, cavalos, cabras ou mesmo de gente. Costuma atacar suas vítimas à noite, matando-as e retirando-lhes a língua para comer, é por isso que recebe o nome de Arranca Línguas. Esta Lenda é muito comum no Estado de Goiás e na região do Rio Araguaia.

Pai do Mato


Esta Lenda é muito comum na Região Centro Oeste do Brasil, principalmente na região de Goiás.
De acordo com a Lenda, o Pai do Mato habita as matas defendendo os bichos contra as pessoas, segundo contam poucas pessoas já o viram, pois ele raramente aparece, e têm as seguintes características: aparentemente tem a altura de um homem, possui o corpo coberto de pêlos e as mãos semelhantes a dos macacos. No rosto dele há uma barbicha bem vistosa, na cor negra, e ele têm o nariz na cor azul.
Costuma andar com grupos de caititus (porco-do-mato), onde utiliza o maior animal como montaria. Contam o seu umbigo é seu ponto fraco.


Onça da mão torta

Esta lenda conta sobre uma Onça muito grande, rajada e que tem uma das patas dianteiras torta.
Os caçadores, principalmente, temem muito encontrar este monstro. Segundo muitas pessoas que já a viram, a onça tem as seguintes características: dizem que ela é um espírito de um vaqueiro que tinha a mão torta e que era  muito velho e mau, em seguida de sua morte surgiu esta onça, tendo como característica a pata torta, sendo uma espécie de castigo para ele. Como a onça é enfeitiçada, por mais que atirem nela, não sofre nada.


Mãe-do-Ouro
A lenda da Mãe-do-ouro, no folclore brasileiro, é uma bola de fogo que indica os locais onde se encontram jazidas de ouro que não devem ser exploradas.
Às vezes, pela madrugada essa bola de fogo se transformaria também em uma belíssima mulher com um vestido longo de seda e com cabelos dourados refletindo luz e voando pelos ares.
Em alguns locais do Brasil, toma a forma de uma mulher bonita que habita cavernas, e, após atrair homens que maltratam as esposas, os faz largar suas famílias, mas trata de não deixar a mulher sofrendo, e coloca outra pessoa em seu caminho.


Região Sul

Negrinho do Pastoreiro


É uma lenda muito popular no sul do Brasil e sua origem é do fim do Século XIX, no Rio Grande do Sul. Foi muito contada no final do século passado pelos brasileiros que defendiam o fim da escravidão. É uma lenda reconhecidamente do Rio Grande do Sul, e alguns folcloristas afirmam que a região tem uma única lenda sua, criada ao jeito local.
Conta a lenda que nos tempos da escravidão, havia um estancieiro malvado com negros e peões. Em um dia de inverno, fazia muito frio e o fazendeiro mandou que um menino negro de quatorze anos fosse pastorear cavalos e potros que acabara de comprar. No final do tarde, quando o menino voltou, o estancieiro disse que faltava um cavalo baio. Pegou o chicote e deu uma surra tão grande no menino que ele ficou sangrando. Disse o estancieiro: "Você vai me dar conta do baio, ou verá o que acontece". Aflito, o menino foi à procura do animal. Em pouco tempo, achou o cavalo pastando. Laçou-o, mas a corda se partiu e o cavalo fugiu de novo.De volta à estância, o estancieiro, ainda mais irritado, bateu novamente no menino e o amarrou nu, sobre um formigueiro. No dia seguinte, quando ele foi ver o estado de sua vítima, tomou um susto. O menino estava lá, mas de pé, com a pele lisa, sem nenhuma marca das chicotadas. Ao lado dele, a Virgem Nossa Senhora, e mais adiante o baio e os outros cavalos. O estancieiro se jogou no chão pedindo perdão, mas o negrinho nada respondeu. Apenas beijou a mão da Santa, montou no baio e partiu conduzindo a tropilha.
Quem perder coisas no campo, deve acender uma vela junto de algum mourão ou sob os ramos das árvores, para o Negrinho do pastoreio e vá lhe dizendo: "Foi por aí que eu perdi... Foi por aí que eu perdi... Foi por aí que eu perdi...". Se ele não achar, ninguém mais acha.


Procissão das Almas

Esta Lenda conta sobre uma velha, que vivia sozinha na sua casa, e por não ter muito que fazer, nem com quem conversar, passava a maior parte do dia olhando a rua através da sua janela, coisa muito comum no interior.
Até que numa tarde quando estava quase anoitecendo ela viu passar uma procissão, todos estavam vestidos com roupas largas brancas (como fantasmas) com velas nas mãos e ela não conseguia identificar ninguém, logo estranhou, pois sabia que não haveria procissão naquele dia, pois ela sempre ia à igreja, e mesmo assim quando havia alguma procissão era comum a igreja tocar os sinos no inicio, mas nada disso foi feito.
E a procissão foi passando, até que uma das pessoas que estava participando parou na janela da velha e lhe entregou uma vela, disse a velha guardasse aquela vela e que no outro dia ela voltaria para pegá-la .Com a procissão chegando ao fim a velha resolveu dormir, e apagou a vela e guardou-a. No outro dia, quando acordou, a velha foi ver se a vela estava no local onde ela guardou, porém para sua surpresa no local em que deveria estar a vela estava um osso de uma pessoa já adulto e de uma criança.


João-de-barro


Contam os índios que foi assim que nasceu o pássaro joão-de-barro.

Segundo a lenda,  há muito tempo, numa tribo do sul do Brasil, um jovem se apaixonou por uma moça de grande beleza. Jaebé, o moço, foi pedi-la em casamento.

O pai dela então perguntou: 
- Que provas podes dar de sua força para pretender a mão da moça mais formosa da tribo? 
- As provas do meu amor! - respondeu o jovem Jaebé. 
O velho gostou da resposta, mas achou o jovem atrevido, então disse: 
- O último pretendente de minha fila falou que ficaria cinco dias em jejum e morreu no quarto dia. 
- Pois eu digo que ficarei nove dias em jejum e não morrerei.
Toda a tribo se admirou com a coragem do jovem apaixonado. O velho ordenou que se desse início à prova. Então, enrolaram o rapaz num pesado couro de anta e ficaram dia e noite vigiando para que ele não saísse nem fosse alimentado. A jovem apaixonada chorava e implorava à deusa Lua que o mantivesse vivo. O tempo foi passando e certa manhã, a filha pediu ao pai: 
- Já se passaram cinco dias. Não o deixe morrer.
E o velho respondeu: 
- Ele é arrogante, falou nas forças do amor. Vamos ver o que acontece.
Esperou então até a última hora do novo dia, então ordenou: 
- Vamos ver o que resta do arrogante Jaebé.
Quando abriram o couro da anta, Jaebé saltou ligeiro. Seus olhos brilharam, seu sorriso tinha uma luz mágica. Sua pele estava limpa e tinha cheiro de perfume de amêndoas. Todos se admiraram e ficaram mais admirados ainda quando o jovem, ao ver sua amada, se pôs a cantar como um pássaro enquanto seu corpo, aos poucos, se transformava num corpo de pássaro!
E foi naquele exato  momento que os raios do luar tocaram a jovem apaixonada, que também se viu transformada em um pássaro. E, então, ela saiu voando atrás de Jaebé, que a chamava para a floresta onde desapareceram para sempre.
Podemos constatar a prova do grande amor que uniu esses dois jovens no cuidado com que o joão-de-barro constrói sua casa e protege os filhotes. Os homens admiram o pássaro joão-de-barro porque se lembram da força de Jaebé, uma força que nasceu do amor e foi maior que a morte.


Gralha Azul


Gralha azul é o nome dado a uma linda ave que motivou no Paraná, a tradição de plantadores de pinheiros, enterrando as sementes com a ponta mais fina para cima e devorando a cabeça, que seria a parte apodrecida.
Não deve ser abatida e é comumente respeitada pelo povo como ave protetora dos pinheirais. Conta a lenda que, uma certa gralha negra, dormia num galho de pinheiro e foi acordada pelo som dos golpes de um machado. Assustada, voou para as nuvens, para não presenciar a cena do extermínio do pinheiro.
Lá no céu, ouviu uma voz pedindo para que ela retornasse para os pinheirais, pois assim ela seria vestida de azul celeste e passaria a plantar pinheiros. A gralha aceitou então a missão e foi totalmente coberta por penas azuis, exceto ao redor da cabeça, onde permaneceu o preto dos corvídeos. Retornou então aos pinheirais e passou a espalhar a semente da araucária, conforme o desejo divino.
Esta lenda na verdade é um fato real. A Gralha-azul tem o hábito de enterrar pinhões. Após encontrar o local correto, ela pressiona-o a entrar, dando-lhe golpes com o bico, até a completa introdução. Não contente com isso, ainda coloca algum material das redondezas como folhas, pedras ou galhos em cima do local remexido, de forma a camuflar ou disfarçar o feito realizado.


Região Sudeste

Conta a lenda que uma Baronesa praticava muitas maldades contra seus  escravos. Os escravos, cansados de tanta crueldade, resolveram tomar uma atitude.
Um feiticeiro negro, revoltado com suas injustiças, lançou um feitiço na Baronesa, ela foi transformada em porca e seus sete filhos foram transformados em porquinhos. Segundo dizem, a sina deles é andar fuçando com o focinho no chão a procura de um anel enterrado, quando encontrarem esse anel, quebrarão o feitiço e voltarão a ser o que eram.



Fonte
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lendas_do_folclore_brasileiro

Lendas e Mitos
http://www.sohistoria.com.br/lendasemitos/br/
http://regiao-sudeste.info/folclore-regiao-sudeste.html

sábado, 26 de maio de 2018

Congado

 
A congada ou congado é uma manifestação cultural e religiosa afro-brasileira. Folguedo muito antigo, constitui-se em um bailado dramático com canto e música que recria a coroação de um rei do Congo.[2][1]

Trata basicamente de três temas em seu enredo: a vida de São Benedito; o encontro da imagem de Nossa Senhora do Rosário submergida nas águas; e a representação da luta de Carlos Magno contra as invasões mouras. Embora tenha surgido em Pernambuco, a congada é mais praticada em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Paraná e Pará.




O congado que também é conhecido como congo ou congada, é uma manifestação cultural e religiosa de influência africana celebrada em algumas regiões do Brasil, principalmente no estado de Minas Gerais.

A origem do congado é a lenda do Chico-Rei. Segundo conta a história, Chico era o rei de uma tribo no reino do Congo, e que foi trazido para o Brasil junto com mais 400 negros para serem escravizados.
   
    Não há documentos que comprovem a existência desse 'rei de congo', são estórias orais, contadas de geração em geração.
    Dizem que Chico era um monarca guerreiro que foi capturado junto com sua família por portugueses traficantes de escravos e trazido ao Brasil. Durante a viagem sua esposa e alguns filhos faleceram apenas ele e um filho aguentou a viagem.
    Ao chegar ao Brasil foi comprado pelo Major Augusto, proprietário da mina da Encardideira, e foi levado para Vila Rica.
   
    Trabalhando como escravo conseguiu comprar sua liberdade e a de seu filho. Adquiriu a mina da Encardideira. Aos poucos, foi comprando a alforria de seus compatriotas. Ele era considerado 'rei' pelos outros escravos.
   
    O 'Rei preto' se casou com uma nova rainha e seu prestígio foi crescendo em Ouro preto, antiga Vila Rica.

  Organizaram a irmandade do Rosário e Santa Efigênia e construíram a igreja do alto da santa cruz. Por ocasião da festa dos Reis Magos, em janeiro, e na de Nossa Senhora do Rosário, em outubro, havia grandes solenidades generalizadas com o nome de 'Reisados'.
   
    Nessas festas, Chico-rei aparece bem trajado e acompanhado de sua rainha, eles são acompanhados por músicos e dançarinos ao som de caxambus, pandeiro marimbas, canzás em intensas ladainhas.
   
    O congado que hoje é celebrado em várias regiões do Brasil é um movimento cultural que envolve danças, cantos, levantamentos de mastros, coroações e cavalgadas, expressos na festa do Rosário plenamente no mês de outubro. Na festa se utilizam instrumentos musicais como cuíca, caixa, pandeiro e reco-reco, os congadeiros vão atrás da cavalgada que segue com uma bandeira de Nossa Senhora do Rosário.
   
    Trata basicamente de três temas em seu enredo: a vida de São Benedito, o encontro de Nossa Senhora do Rosário submergida nas águas, e a representação da luta de Carlos Magno contra as invasões mouras.

Fonte: Folclore Do Brasil

Wikipédia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Congada

sexta-feira, 25 de maio de 2018

CATIRA OU CATERETÊ




Catira ou cateretê é uma dança do folclore brasileiro, em que o ritmo musical é marcado pela batida dos pés e mãos dos dançarinos.
De origem híbrida, com inflências indígenas, africanas e européias, a catira (ou "o catira") tem suas raízes em Goiás, norte de Minas e Interior de São Paulo. A coreografia é executada a maioria das vezes por homens (boiadeiros e lavradores) e pode ser formada por seis a dez componentes e mais uma dupla de violeiros, que tocam e cantam a moda.
É uma dança típica do interior do Brasil, principalmente na área de influência da cultura caipira (São Paulo, norte do Paraná, Minas Gerais, Goiás e partes do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul).

ORIGEM
A Catira tem sua origem muito discutida. Alguns dizem que ela veio da África junto com os negros, outros acham que é de origem espanhola, enquanto estudiosos afirmam que ela é uma mistura com origens africana, espanhola e também portuguesa – já que a viola se originou em Portugal, de onde nos foi trazida pelos jesuítas. A Catira pode também ser chamada de Cateretê. Diversos autores nos contam que a catira (ou cateretê) no Brasil, é conhecida desde os tempos coloniais e que o Padre José de Anchieta, entre os anos de 1563 e 1597, a incluiu nas festas de São Gonçalo, de São João e de Nossa Senhora da Conceição, da qual era devoto. Catira ou Cateretê é uma dança genuinamente brasileira.

EVOLUÇÃO
A Catira em algumas regiões é executada exclusivamente por homens, organizados em duas fileiras opostas. Na extremidade de cada uma delas fica o violeiro que tem à sua frente a sua “segunda”, isto é, outro violeiro ou cantador que o acompanha na cantoria, entoando uma terça abaixo ou acima. O início é dado pelo violeiro que toca o “rasqueado”, toques rítmicos específicos, para os dançarinos fazerem a “escova”, bate-pé, bate-mão, pulos. Os músicos interrompem a cantoria e repetem o rasqueado. Os dançarinos reproduzem o bate-pé, bate-mão e os pulos. Vão alternando a moda e as batidas de pé e mão. O tempo da cantoria é o descanso dos dançarinos, que aguardam a volta do rasqueado.



https://pt.wikipedia.org/wiki/Cateret%C3%AA


Ciranda Nordestina




Ciranda
A ciranda é uma dança tipicamente pernambucana, das mulheres de pescadores que dançavam e entoavam cantos a espera dos homens chegarem do mar. A ciranda é basicamente uma grande roda, onde seu integrantes dançam ao som de ritmo lento, acompanhado por instrumentos como zabumba, tarol, ganzá e maracá. A dança é marcada com passos simples ou coreografados.


A coreografia é bastante simples: no compasso da música, dá-se quatro passos para a direita, começando-se com o pé esquerdo, na batida do bombo, balançando os ombros de leve no sentido da roda. Há cirandeiros que acompanham esse movimento elevando e baixando os braços de mãos dadas.

O ganzá, o bombo e a caixa formam o instrumental básico de uma ciranda tradicional. Às vezes, encontram-se ainda a cuíca, o pandeiro, a sanfona, ou algum instrumento de sopro. As músicas cantadas pelo mestre podem ser aquelas já decoradas ou improvisações, ou até mesmo canções populares desenvolvidas em ritmo de ciranda.

Os passos da dança variam com a própria dinâmica da manifestação. Geralmente começa com uma pequena roda de poucas pessoas, que vai aumentando à medida que outros chegam para juntar-se ao grupo.







https://www.greenme.com.br/viver/arte-e-cultura/5122-dancas-folcloricas-brasil

quinta-feira, 24 de maio de 2018

A arte de ouvir

Quase todos se preocupam em saber como falar. Mas quem sabe ouvir?



Disse o antigo filósofo chinês Hanfeizi (280 a.C-233 a.C.): “A dificuldade em falar com uma pessoa não está em saber o que dizer, nem no método de argumentação que torne claro o que se pretende. A  dificuldade também não está no fato de ter coragem para expor total e francamente o que se tem no espírito. A dificuldade está em conhecer a mentalidade da pessoa a quem se fala, e em adotar o meio mais adequado para atingi-la. Se a pessoa a quem se fala gosta de ter fama de altruísmo e idealismo, e lhe falares de proveitos utilitários, considerar-te-á um espírito vulgar e  afastar-se-á de ti. Se, por outro lado, a pessoa a quem se fala tem a mente receptiva a lucros comerciais, e lhe falares de idealismo, pensará que és um tipo nada prático, com quem não tem coisa  alguma a fazer. Se a pessoa a quem se fala gosta de aparecer uma pessoa de princípios, tendo,  porém, o coração voltado para os proventos, e se lhe falares de princípios, fingirá estar de acordo contigo, mas não te concederá sua confiança. Se falares à mesma pessoa de grandes lucros,  secretamente seguirá teu conselho, mas, exteriormente, cuidará de manter-te à distância. São coisas que é preciso conhecer.”


Quando o sentido é subvertido
Hanfeizi afirmou que a dificuldade em falar trata do momento, do propósito e do conteúdo. O  momento pode ou não ser o adequado; o conteúdo se atrela ao momento; e o propósito é a intenção  do comunicante. Hanfeizi estava tão resoluto sobre a arte de falar que se esqueceu do problema de ouvir. Em chinês, a própria palavra “sábio” (sheng) significa, justamente, “aquele que escuta”.

Esse é o problema da ideia de Hanfeizi – e que afeta diretamente a maior parte dos “chatos” que tentam nos convencer de algo até os dias de hoje, tanto quanto as pessoas que gentilmente tentamos convencer de alguma coisa. Quem sabe falar? Mas o principal é: quem sabe ouvir? Uma pessoa com propósitos escusos pode escutar, mas não ouvir; se ouvir, sabe ponderar; se ponderar, ainda que veja coerência e razão no argumento, não sabe concordar. Isso porque seu propósito particular e pessoal, de antemão, já está definido.


A arte de argumentar consiste em plantar sementes. Não se trata apenas de dizer o que as  pessoas querem ouvir, pois não é o agradável que ensina o que é ruim, e sim o contrário. Para  isso, pois, é necessário antes ouvir, de tal modo que se possa saber como chegar ao âmago de uma  questão. Argumentar bem, pois, é usar de poucas palavras para lançar alguém a uma possível reflexão. Um antigo provérbio chinês (que Hanfeizi, aparentemente, esqueceu de ouvir), dizia que “os idiotas sabem falar, os tolos sabem discutir, e só os sábios sabem ouvir”.

No entanto, somente a dúvida pode fazer isso. Somente quem duvida pode buscar esclarecer-se sobre qualquer coisa. E, infelizmente, a maior parte das pessoas prefere ficar com suas falsas e  inseguras certezas. Talvez por isso um velho provérbio chinês (atribuído ao grande sábio Confúcio (551 a.C.-479 a.C.) já nos avisasse sobre a arte de ouvir: “O prazer de um sábio é parecer um idiota diante de um idiota que tenta parecer sábio”. Do que se diz, e do que se ouve, tiramos nossas conclusões.



DANÇA DO CARIMBÓ

Referência de identidade paraense mais em voga na atualidade, o carimbó é uma forma de expressão marcada pelo ritmo e pela dança. O toque do curimbó, o chocalhar dos maracás, o acorde do banjo e, em algumas localidades, o som da flauta são acompanhados por pares de dançarinos, as mulheres com saias rodadas e floridas e os homens com calças curtas, como as de pescadores. Com maior ocorrência na região atlântica do estado, denominada de salgado paraense, e na região metropolitana de Belém, não se sabe ao certo onde nem quando surgiu, apesar de alguns municípios se intitularem como “berço do carimbó”.



A mais extraordinária manifestação de criatividade artística do povo paraense foi criada pelos índios Tupinambá que, segundo os historiadores, eram dotados de um senso artístico invulgar, chegando a ser considerados, nas tribos, como verdadeiros semi-deuses.

Inicialmente, segundo tudo indica, a "Dança do Carimbó" era apresentada num andamento monótono, como acontece com a grande maioria das danças indígenas. Quando os escravos africanos tomaram contato com essa manifestação artística dos Tupinambá começaram a aperfeiçoar a dança, iniciando pelo andamento que , de monótono, passou a vibrar como uma espécie de variante do batuque africano. Por isso contagiava até mesmo os colonizadores portugueses que, pelo interesse de conseguir mão-de-obra para os mais diversos trabalhos, não somente estimulavam essas manifestações, como também, excepcionalmente, faziam questão de participar, acrescentando traços da expressão corporal característica das danças portuguesas. Não é à toa que a "Dança do Carimbó" apresenta, em certas passagens, alguns movimentos das danças folclóricas lusitanas, como os dedos castanholando na marcação certa do ritmo agitado e absorvente.

COREOGRAFIA:
A dança é apresentada em pares. Começa com duas fileiras de homens e mulheres com a frente voltada para o centro. Quando a música inicia os homens vão em direção às mulheres, diante das quais batem palmas como uma espécie de convite para a dança. Imediatamente os pares se formam, girando continuamente em torno de si mesmo, ao mesmo tempo formando um grande círculo que gira em sentido contrário ao ponteiro do relógio. Nesta parte observa-se a influência indígena, quando os dançarinos fazem alguns movimentos com o corpo curvado para frente, sempre puxando-o com um pé na frente, marcando acentuadamente o ritmo vibrante.
As mulheres, cheias de encantos, costumam tirar graça com seus companheiros segurando a barra da saia, esperando o momento em que os seus cavalheiros estejam distraídos para atirar-lhes no rosto esta parte da indumentária feminina. O fato sempre provoca gritos e gargalhadas nos outros dançadores. O cavalheiro que é vaiado pelos seus próprios companheiros é forçado a abandonar o local da dança.

INDUMENTÁRIA:
Todos os dançarinos apresentam-se descalços. As mulheres usam saias coloridas, muito franzidas e amplas, blusas de cor lisa, pulseiras e colares de sementes grandes. Os cabelos são ornamentados com ramos de rosas ou jasmim de Santo Antônio. Os homens apresentam-se com calças de mescla azul clara e camisas do mesmo tom, com as pontas amarradas na altura do umbigo, além de um lenço vermelho no pescoço.

DENOMINAÇÃO:
A denominação da "Dança do Carimbó" vem do titulo dado pelos indígenas aos dois tambores de dimensões diferentes que servem para o acompanhamento básico do ritmo.

Na língua indígena "Carimbó" - Curi (Pau) e Mbó ( Oco ou furado), significa pau que produz som. Em alguns lugares do interior do Pará continua o título original de "Dança do Curimbó". Mais recentemente , entretanto, a dança ficou nacionalmente conhecida como "Dança do Carimbó", sem qualquer possibilidade de transformação.

INSTRUMENTOS TÍPICOS:
O acompanhamento da dança tem, obrigatoriamente, dois "carimbos" (tambores) com dimensões diferentes para se conseguir contraste sonoro, com os tocadores sentados sobre os troncos, utilizando as mãos à guisa de baquetas, com os quais executam o ritmo adequado. Outro tocador, com dois paus, executa outros instrumentos obrigatórios, como o ganzá, o reco-reco, o banjo, a flauta, os maracás, afochê e os pandeiros. Esses instrumentos compõem o conjunto musical característico, sem a utilização de instrumentos eletrônicos.




http://agenciapara.com.br/Noticia/104932/ato-comemorativo-mobiliza-artistas-pelo-registro-do-carimbo-como-patrimonio-cultural-brasileiro

Fonte: Governo do Pará

quarta-feira, 23 de maio de 2018

CALANGO - Ritmo Musical

O calango é uma dança popular em Minas Gerais (Bicas, Caratinga, Barbacena e Oliveira) e no Rio Janeiro. Consiste em baile e canto, que se podem realizar junta ou separadamente.
É dança de par enlaçado, em ritmo quaternário ou binário, sem grandes complicações coreográficas, já que repete os passos do samba urbano comum ou do antigo tango ou tanguinho carioca.

O calango também aparece no Nordeste, onde é apenas cantado, sem dança, na forma de solo e refrão: o solista diz as quadrilhas e o coro repete o refrão.


No calango cantado pode haver desafio: versos improvisados entre dois cantadores, com refrão e a participação viva do auditório na disputa. O instrumento acompanhador mais comum é a antiga sanfona de oito baixos.

Origem: O calango parece ser de proveniência mineira e resultar de duas fontes étnicas: a européia e a negro-africana. É a inferência que tiramos de sua denominação. Dos europeus recebemos o habitualismo de dar o nome de bicho as danças (cf. Pavana de pavo; tarantela, de tarântula; etc.); calango é também nome de certo iguanídeo, o camaleão



Dos negros recebemos o vocábulo "calango" que, cf. Jacques Raimundo em O elemento afro-negro na língua portuguesa, deriva de ambundo kalanga ou rikalanga, que significa lagartixa. O étimo, porém nos sugere a hipótese de que a forma primitiva do calango fosse uma dança imitativa. Os dançarinos nesse caso imitariam o "passo do calango"; o arrasta-pé característica que ainda hoje se observa nesse folguedo, talvez seja ainda o vestígio do andar arrastado do réptil. Ora, em se tratando, além de uma dança, também é um desafio, é possível que o étimo negro-africano, não seja propriamente kalanga significando "lagartixa", mas o verbo de kibumdo, kalanga que significa "prevenira; cf. Pereira do Nascimento em seu Dicionário sobre o kimbundo, registra: Prevenir, v. a. Kalanga. Ficar de prevenção (ensina o africanólogo luso) em kimbundo é o verbo kanga. Ora, num desafio ambos contendores se encontram sempre de prevenção. Não será excesso ligar o calango desafio com o verbo kalanga (prevenir).

Caráter: Dança recreativa em que tomam parte ambos os sexos.

Formação: Dança de parelha

Dança: Os pares dançam arrastando pé: o arrasta-pé acompanha o ritmo musical.
Canto: É um gênero de desafio com dois cantadores ou mais cantadores. Cada cantador é independente na sua cantoria e apenas o "pé de cantiga" une os assuntos; os temas às vezes não possuem nenhuma conexão entre si; apenas o "pé de cantiga" religa-os.

Música: Compasso binário. Repetição de notas nos fragmentos melódicos. Tonalidade em bemol.

Instrumentos: Viola, cavaquinho, sanfona, chocalho




Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora; Jangada Brasil

http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfbA8AG/calango-ritmo-musical

terça-feira, 22 de maio de 2018

Bullying não é brincadeira


É muito comum ouvir comentários do tipo : "no meu tempo a gente chamava de quatro olhos, gordinho e ninguém reclamava, hoje tudo é bullying, não sabem brincar".

Vamos começar com o conceito de bullying, para que se encerre o mito de que não passa de uma brincadeira:  a prática corresponde a um comportamento intencionalmente agressivo, violento e humilhante, que envolve um desequilíbrio de poder: as crianças que fazem bullying usam o seu poder (a sua força física ou o acesso a alguma informação constrangedora, por exemplo) para controlar e prejudicar outras crianças. É um comportamento repetido ao longo do tempo, que acontece mais do que uma vez.

Inclui comportamentos como ameaçar, espalhar boatos, atacar alguém fisicamente (bater, arranhar, cuspir, roubar ou destruir pertences) ou verbalmente (apelidos vexatórios, provocar, dizer às outras crianças para não serem amigas de uma delas ou excluir alguém do grupo propositadamente).

Agora vamos identificar os 8 tipos de bullying :

1- Físico
Inclui beliscões, socos, chutes, empurrões, podendo chegar a abusos e assédio sexual. Aproximadamente 3% dos mais jovens pelo mundo passam por ele.

2- Verbal
É o mais comum: relatado por 13% dos estudantes. É composto de apelidos, xingamentos e provocações.

3- Escrito
Quando bilhetes, cartas, pichações, cartazes, faixas e desenhos depreciativos são usados para atacar os colegas.

4- Material
Ter seus pertences danificados, furtados ou atirados contra si faz parte da rotina de cerca de 5% das vítimas.

5- Cyberbullying
A agressão se dá por meios digitais, como e-mail, fotos, vídeos e posts e, em pouco tempo, alcança muita gente. Devido à sua rápida disseminação, hoje a ofensa online chega a ser mais impactante nos círculos escolares.

6- Moral
A tática aqui é difamar, intimidar ou caluniar imitando ou usando trejeitos próprios do alvo como armas.

7- Social
Criar rumores, ignorar, fazer pouco caso, excluir ou incentivar a exclusão com objetivo de humilhar estão entre as artimanhas.

8- Psicológico
Todos os tipos têm um componente que afeta a saúde mental, mas aqui se destaca a pressão na psique induzida por diversos meios.

Perfil das vítimas:

As crianças vítimas de bullying podem sentir-se constantemente com medo, ansiosas, com dores físicas e dificuldade em concentrarem-se na escola. Em muitos casos as crianças vítimas de bullying comprometem- se a permanecer em silêncio sobre as agressões como forma de evitar novas retaliações. Não se sentem capazes de lidar com a situação, achando-se impotentes para resolver o problema.

Podem mostrar-se abatidas, com falta de paciência, mais alheadas da família, mais introspectivas, zangadas ou muito irritáveis. Podem também não querer ir à escola, apresentar alterações de humor, dificuldade de concentração, piores resultados na escola e queixas físicas permanentes (dor de cabeça, de estômago, cansaço). 

Outros sinais a que pode estar atento: a criança aparece com a roupa em desalinho ou com os materiais escolares estragados; tem nódoas negras ou feridas sem uma explicação coerente para elas;  tem pesadelos ou chora durante o sono; pede mais dinheiro ou rouba dinheiro de familiares; parece socialmente isolado, com poucos ou nenhum amigo.

Porque é que as crianças que são vítimas de bullying não contam aos pais ou a outras figuras de autoridade? Porque têm medo de serem mais agredidos se contarem, por vergonha, por medo de que não acreditem neles ou lhes dêem apoio, por medo que os culpem ou lhes exijam que reajam com a mesma atitude.

Perfil do Agressores

O agressor, em geral, tem uma mente perversa e às vezes doentia. Ele é consciente de seus atos e consciente que suas vítimas não gostam de suas atitudes, mas agride como forma de se destacar entre seu grupo. Assim, os agressores pensam que serão mais populares e sentem o poder com esses atos.

Os agressores buscam vítimas que normalmente destoam da maioria por alguma peculiaridade. Os alvos preferenciais são:
os alunos novatos;
os extremamente tímidos;
os que têm traços físicos que fogem do padrão;
os que têm excelente boletim, o que serve para atiçar a inveja e a vingança dos menos estudiosos.

O bullying é o primeiro degrau para o ódio e os demais preconceitos e apesar da Lei 13.185/2015 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13185.htm) , sancionada pela então presidenta Dilma Roussef, que instituiu o Programa de Combate à Indimidação Sistemática, 80% das escolas brasileiras não punem os agressores.


domingo, 20 de maio de 2018

GÊNEROS E ESTILOS DA MÚSICA BRASILEIRA

 A seguir são apenas uma referência sobre alguns dos principais gêneros e estilos da música brasileira. É muito interessante quando essas leituras são acompanhadas pela audição das músicas através dos links relacionados a cada gênero e estilo.

Ijexá (Bahia):
Principais regiões: O ijexá é um gênero que veio diretamente da África Ocidental (cultura Yorubá) e se estabeleceu no Brasil, sobretudo na Bahia.
Breve histórico: Inicialmente o Ijexá era tocado dentro dos rituais do candomblé, mas aos poucos foi tomando as ruas de Salvador nos chamados “Blocos de Afoxé”. Talvez o bloco de afoxé mais representativo atualmente é o “Filhos de Gandhy,” que sai todo ano pelas ruas durante o carnaval da Bahia. Muitos compositores e interpretes da MPB incorporaram Ijexás em seu repertório, dentre eles: Dorival Caymmi, Clara Nunes, Vinícius de Moraes, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Djavan, João Bosco, Margareth Menezes, Daniela Mercury, Mariza Monte, Maria Bethânia, entre muitos outros. O Ijexá influenciou fortemente a “Axé Music” da Bahia.
Instrumentos: Os instrumentos originais do Ijexá são os mesmos usados no candomblé. Existem três principais atabaques: o Rum (grave), o rumpi (médio) e o lé (agudo). Há também um agogô chamado Gan (ou Gã) e uma cabaça com miçangas chamada Agbé os Xequerê.
Curiosidades (letra, ritmo, dança, vestimentas) Os blocos de Afoxé, também chamados de candomblé de rua, como os Filhos de Gandhy por exemplo, tocam praticamente só Ijexás. Eles saem todos vestidos de branco e cantam em homenagem aos seus orixás. Geralmente um “cantador” entoa a melodia e em seguida todos repetem. As danças afro brasileiras são ainda reminiscências de nossa herança africana no Brasil. Assista abaixo alguns vídeos de músicas e danças no ritmo do IJEXÁ.


O Maracatu (Pernambuco)
Breve histórico: O maracatu é mais uma das tradições afro-brasileiras que marcam os primórdios de nossa música, do qual encontramos relatos desde o século XIX  e que continuam ainda hoje muito presentes em nossa cultura. Tipicamente pernambucano, o maracatu é tocado por alfaias, gonguês (agogô), taróis (caixa) e mais alguns instrumentos complementares como os agbés (xequerês), variando um pouco sua instrumentação e seus toques de acordo com cada “nação”. A dança possui uma grande riqueza de significados, simbolizando a coroação dos reis africanos (rei Congo) em terras brasileiras. Ela possui seus personagens típicos entre o Porta-Estandarte, as Damas de Paço (que levam a boneca de madeira chamada Calunga), o Rei, a rainha, as figuras da nobreza, as yabás (baianas), entre outros. Vale a pena pesquisar mais a fundo este gênero tão rico e tão presente em nossa cultura, conhecendo suas peculiaridades, suas “nações”, e seus diferentes estilos.


Forró (Nordeste)
O forró não é apenas um ritmo, mas um amplo gênero musical que engloba diversos estilos e danças, típicos da região nordeste do Brasil como: xote, xaxado, baião, côco, rasta-pé, quadrilha, entre outros. Muito tocado nas festas juninas, o forró se consolidou e se popularizou a partir da década de 1950, ganhando espaço em outras partes do Brasil, graças principalmente à figura de Luiz Gonzaga, o chamado “Rei do Baião.” Nascido em Exu, Pernambuco, Gonzagão veio  para o Rio de Janeiro, onde tornou-se muito popular após a gravação em 1946 da música “Baião”, marco deste estilo que se tornaria referência do forró. A formação instrumental tradicional do forró é constituída basicamente por sanfona (acordeon), triângulo e zabumba, e alguns instrumentos complementares como pandeiro, agogô ou ganzá.  Porém, com a “modernização” do forró e com a exploração do gênero feita pela indústria fonográfica, hoje são usados instrumentos como o violão, a guitarra, bateria e o teclado, em estilos mais modernos como o forró universitário, o forró eletrônico, o brega, entre outros. Curiosidades: Os ritmos e a instrumentação tradicionais do forró tem influência da música portuguesa, onde a sanfona, o triângulo e os tambores são comuns. Porém, as levadas e a dança são tipicamente brasileiras, constituindo um dos gêneros mais populares em nosso país. Vamos ouvir?  Luíz Gonzaga, Trio Nordestino, Dominguinhos e Jackson do Pandeiro.  



Jongo (Sudeste/ RJ e Vale do Paraíba)
Breve histórico: O Jongo é mais um dos gêneros que fazem parte das manifestações afro-brasileiras que vem muito antes da música urbana (como o samba e o choro). Muito encontrado até hoje no Rio de Janeiro, no Vale do Paraíba, no interior de Saõ Paulo, e em Minas Gerais (onde é chamado de Caxambu), o jongo também tem três principais tambores chamados: caxambu (ou tambu), candongueiro e ngoma-puíta (que é uma espécie de cuíca bem grave). De origem bantu, o jongo é considerado um dos ritmos que mais influênciou o nascimento do samba. Com suas danças em roda, suas palmas e suas “umbigadas”, o jongo também tem muita improvisação nos versos em suas metáforas e adivinhas contidas nos textos dos jongueiros. Um dos jongos mais tradicionais do Brasil ainda é o “Jongo da Serrinha” do Mestre Darcy, situado no Morro da Serrinha no Rio de Janeiro ligado à escola de samba Império Serrano.

Curiosidades: Os portugueses chamavam todos esses ritmos afro brasileiros pelo nome genérico de BATUQUE. Entretanto, os ritmos e estilos, como o maracatu, o jongo, o tambor de crioula, o congo de ouro, o ijexá, (entre muitos outros), tem suas peculiaridades e idiossincrasias, devendo ser estudados separadamente, para que entendamos seus símbolos, ritmos, danças, significados e mensagens. A música pode ser um caminho muito interessante para conhecermos mais da nossa cultura e para entendermos melhor quem somos.



Frevo (Pernambuco)
Breve histórico: O Frevo é um gênero típico do Pernambuco, mais especificamente do Recife e Olinda, e tem como principal característica os andamentos rápidos e suas melodias bem trabalhadas, e que são muito exigentes para os músicos que as tocam (TELES, 2000, p.35). Apenas para ilustrar, na contracapa do livro Do frevo ao Manguebeat, o autor José Teles cita: Em um depoimento sobre Capiba e Nelson Ferreira, o maestro Guerra Peixe declarou sobre a complexidade do frevo: ´antes de mais nada o compositor de frevo tem que ser músico, tem que entender de orquestração`. Já para o mestre Capiba, o frevo é um dos gêneros da música popular mais criativos do mundo e, em determinada ocasião, se baseou nele para compor uma peça para o Quinteto da Filarmônica de Berlim. Os instrumentistas não conseguiram tocar e responderam: ´infelizamente o senhor escreveu algo muito difícil e rápido demais para nós` (TELES, 2000, contracapa do livro). O nome “Frevo” vem provavelmente do verbo ferver, ou da corruptela do termo “fervo” que designa o ritmo quente, alegre e agitado. Existem diversos estilos de frevo, como o Frevo-Canção (com cantor), o Frevo de Rua (instrumental) e o Frevo de Bloco (com violões, cavaquinhos, e coro). O que mais chama atenção é sua dança que provém dos passos da capoeira e utiliza o famoso guarda chuva colorido. Os dançarinos de frevo são verdadeiros acrobatas pois eles pulam, abaixam, levantam, giram e fazem muitas peripécias com suas sombrinhas coloridas. Tente aprender alguns passos de frevo e veja se você está em forma para acompanhar essa exigente dança. Conheça os passos de frevo como: o saci-pererê, o ferrolho, a tesoura, entre muitos outros. Um dos mais importantes Blocos de frevo é o Galo da Madrugada, que mantém viva essa tradição que foi considerada pela UNESCO como Patrimônio Imaterial da Humanidade.




O COCO (Nordeste- Alagoas)
O Coco pode ser considerado como um dos estilos dentro do forró, porém ele características bem peculiares que o diferenciam um pouco do baião, do xote e do xaxado. O Coco é muito dançado no Nordeste, principalmente em Alagoas, Paraíba e Pernambuco e é também conhecido muitas vezes como “REPENTE” ou Embolada. Entretanto, existem vários tipos de coco, como: o Coco de Embolada, o Coco de Roda, o Coco de Umbigada, entre outros. OS INSTRUMENTOS TÍPICOS DO COCO SÃO O PANDEIRO, O GANZÁ (CHOCALHO), O TRIÂNGULO E A ZABUMBA, SEMPRE ACOMPANHADOS DE PALMAS E DE BATIDAS NOS PÉS.

Curiosidade: Podemos fazer uma aproximação entre os “cantadores de Embolada” com os RAPPERS, pois eles criam as letras na hora e improvisam de acordo com que o outro fala. 




Choro
Breve histórico: O Choro é um dos primeiros gêneros musicais urbanos tipicamente brasileiros. Segundo diversos historiadores, ele surge da apropriação dos gêneros europeus pelos músicos populares do Rio de Janeiro, no final do século XIX, tendo características muito próximas às músicas de salão da época do império, principalmente pelos contrapontos e pela riqueza melódica de suas composições. No início, seus principais instrumentos eram a flauta, o cavaco e o violão. Entretanto, ao longo do século XX foram introduzidos muitos outros instrumentos, como: o pandeiro, o clarinete, o bandolin, o trombone, o sax, o piano e até o acordeon. Podemos citar como precursores do Choro, os compositores Joaquim Calado, Ernesto Nazareth, Anacleto de Medeiros e a compositora Chiquinha Gonzaga. Entretanto, ele se consolidou na primeira metade do século XX através de nomes como Pixinguinha, Jacob do Bandolin e Waldir Azevedo, entre muitos outros. O Chorinho é ainda hoje muito presente em todo o Brasil, com seus regionais e suas formações mais inusitadas. Podemos destacar o bairro da Lapa no Rio de Janeiro como principal reduto do Choro, e também outros locais do Brasil, como São Paulo, Brasília, Goiânia e Vitória.

Curiosidades:Uma das principais características do Choro são as melodias rápidas e exigentes para os músicos, com seus contrapontos, improvisações e sobreposições de vozes. Vamos ouvir algumas interpretações do grupo Época de Ouro, que é uma das principais referências do Chorinho em toda sua história.            




Samba (Rj, SP/ Brasil)
Podemos considerar o samba como a espinha dorsal da música brasileira. Ele é um dos gêneros mais presentes em todo o país e é considerado por muitos como o principal representante de nossa cultura. Como cita o estudioso Allessandro Dias: “o samba nasceu na Bahia, cresceu no Rio de Janeiro e teve filhos por todos os cantos do país.” Existem muitos estilos (e períodos) dentro do samba: o samba de roda, o samba de escola de samba (samba enredo), o samba choro, o samba canção, o samba jazz, o partido alto, o pagode, o samba rock, o samba funk, o samba reggae, o sambalanço, entre muitos outros.  Sua instrumentação varia muito dependendo de qual estilo estamos nos referindo, porém, podemos citar alguns instrumentos típicos do samba, como: o pandeiro, o violão, o cavaquinho e o surdo. Entretanto, quando vemos uma “Escola de Samba”, por exemplo, podemos enumerar dezenas de instrumentos, dentre eles: a caixa, o ganzá, o tamborim, o agogô, o repique (ou repinique), os surdos, a cuíca, o reco-reco, entre muitos outros.

Curiosidade 1: Quando falamos “Samba” estamos “generalizando” os vários estilos de samba, por isso se chama “Gênero”. E quando falamos de cada tipo de samba, estamos falando dos “Estilos”. O ritmo é só um elemento dentro das várias coisas que caracterizam um estilo (tem que ver também a letra, instrumentação, dança, lugar de onde veio, arranjo, vestimentas, etc), portanto, apenas com o ritmo as vezes não conseguimos identificar qual é o estilo. Mas isso não importa. O que importa é que o samba talvez seja a manifestação mais presente em todo o Brasil e que foi tomado como principal símbolo da cultura brasileira.            

Curiosidade 2: O Samba exaltação O samba sempre foi usado como símbolo de “brasilidade”. Sabemos que o Brasil possui uma imensa diversidade de povos, culturas, sotaques e músicas. Entretanto, o samba foi usado para se criar uma espécie de “identidade Nacional”, ou seja, para que todos nós nos sentíssemos brasileiros quando ouvíssemos samba. Isso ocorreu mais intensamente na época de Getúlio Vargas, que apoiava o sentimento de nacionalismo e de patriotismo e queria criar uma identidade brasileira. Foi então nessa época que o “samba exaltação” mais fez sucesso. As suas letras falavam das qualidades do Brasil e de sua beleza natural, além de tentar criar um certo “orgulho” de ser brasileiro. Foi também nessa época que foi criado o personagem da Disney “Zé Carioca” e que a cantora Carmem Miranda fez um sucesso incrível nos Estados Unidos e em vários lugares do mundo, cantando as coisas do Brasil. Podemos citar o compositor Ary Barroso como o principal representante do “Samba exaltação”. Você já deve ter ouvido a música “Aquarela do Brasil”. Preste atenção na letra dessa música:    





Música sertaneja e música caipira
 A moda de viola                                                                         

As “modas” de viola são a essência da música sertaneja e caipira. A música sertaneja em sua origem está ligada aos violeiros do Nordeste e do interior do Brasil que cantam suas alegrias e suas tristezas embaladas ao som de suas violas. A música caipira é mais característica do interior de São Paulo, Minas Gerais e da região Centro Oeste do Brasil, chamada assim principalmente na primeira metade do século XX. Entretanto, a indústria fonografica misturou tudo isso, classificando-os como “sertanejo de raiz”, (já que atualmente existem inúmeros estilos de “sertanejo”, como o sertanejo romântico e o sertanejo universitário). Podemos citar alguns artistas do “sertanejo raíz”, dentre eles:  Alvarenga e Ranchinho, Tonico e Tinoco, Pena Branca e Xavantinho, Tião Carreiro e Pardinho, Inezita Barroso, as Irmãs Galvão. A viola ainda está presente em diversos cantos do Brasil e há uma nova geração de violeiros (como Ivan Vilela, João Paulo Amaral, Paulo Freire, entre outros) que mantém viva a tradição da música caipira e ainda expandem o universo da viola tocando também outros gêneros. Hoje em dia a chamada “música sertaneja” fugiu muito de sua essência, sofrendo influências do country norte americano e da música pop. Sua instrumentação mudou, incluindo o uso de guitarra, bateria, teclados, e as letras não mais se relacionam com a essência da música caipira ou sertaneja. (*Ver country norte Americano)

Curiosidade 1: Os violeiros gostam de contar “causos” interessantes e engraçados sobre os caboclos, caipiras, e sobre o povo que vive no interior desse “Brasilzão”. Geralmente sentam em volta de uma fogueira e passam a noite cantando e contando histórias muito interessantes sobre a vida no campo.

Curiosidade 2: A viola caipira A viola caipira chegou ao Brasil trazida pelos portugueses. Porém, suas origens são bem mais antigas, vinda dos instrumentos árabes. A viola tem dez cordas disposta em cinco pares e o “ponteio”(jeito de tocar) usa muito as cordas soltas fazendo seu lindo timbre soar ao vento. Existem muitas lendas em torno da viola. Uma delas é sobre um jeito de afinar a viola que eles chamam de Cebolão. Dizem que esse nome vem por causa das “muié”, que só de ouvir o violeiro afinando a viola já choram de emoção, igual quando cortam a cebola.

Curiosidade 3. Tem um ritmo da viola que se chama “PAGODE” e que não tem nada a ver o samba, e é um ritmo muito usado nas modas e nas rodas dos violeiros. Outros dois ritmos que tem o mesmo nome, mas que são bem diferentes são: o XOTE do Nordeste, que é um estilo dentro do forró, e o XOTE gaucho, que é uma música típica do Rio Grande do Sul provinda do schottish alemão, havendo muitas peculiaridades e estilos como o “xote carreirinho” e o “xote duas damas”, em que o cavalheiro dança com duas mulheres ao mesmo tempo.




Bossa Nova (Rio de Janeiro)
Breve histórico: Considerada por muitos como um estilo de samba (e para outros um gênero à parte), a Bossa Nova inventou um jeito muito peculiar de cantar as belezas do Rio de Janeiro, com suas interpretações suaves, sua batida envolvente, seu balanço calmo, e uma sofisticação no olhar e nas notas que compõem suas canções. Podemos citar como principal símbolo da Bossa Nova o interprete João Gilberto, que inovou a forma de cantar, transformando a referência do “vozeirão” dos cantores anteriores (sobretudo os cantores de samba canção da Era da Rádio), para quase um sussurro nos ouvidos. As harmonias (acordes) da Bossa Nova sofreram alguma influência do jazz e da música erudite, entretanto, a Bossa se tornou muito popular entre os músicos de jazz norte Americanos  que incorporaram o estilo em seu repertório. Considerada a musa da Bossa, foi Nara Leão quem reuniu em sua casa (na Zona Sul do Rio de Janeiro), os principais representantes da Bossa Nova, dentre eles: Tom Jobim, Francis Hime, Roberto Menescal, Vinicius de Moraes, Ronaldo Boscoli, Carlos Lira, (entre vários outros). Foi portanto, em meados dos anos 50 que criou-se esse “movimento musical” o qual levou o nome da música brsileira para o mundo todo. O marco do início da Bossa Nova foi gravação do disco “Chega de Saudade” de João Gilberto, em 1958. Outro ponto alto, foi a gravação de Tom Jobim com Frank Sinatra da música Garota de Ipanema. A Bossa começou a perder sua força quando surgiram os “Festivais da Canção” nos meados dos anos 60, quando as canções de protesto e a dita “MPB”, se consolidaram, frente a forte repressão da ditadura militar.




A jovem guarda
         O movimento  “Jovem Guarda” surge de um programa de Tv apresentado por Roberto Carlos em meados da década de 60. Esse pode ser considerado um segundo momento do Rock´n´roll no Brasil, (seguido das primeiras gravações de versões como Estupido Cúpido e Biquini de Bolinha Amarelinha) que tocava o “Iê Iê Iê” e os rockinhos românticos. Podemos citar como principal representante o próprio cantor Roberto Carlos, seguido de sua turma: Erasmo Carlos, Wanderléia, Golden Boys, Silvinha Araújo, Eduardo Araújo, Jerry Adriani, Ronnie Von, entre outros. Enquanto alguns compositores protestavam contra a situação política do Brasil, a Jovem Guarda era uma “rebeldia” que não oferecia ameaças ao sistema, com suas letras quase “inocentes”, como: “Meu carro é vermelho, não uso espelho para me pentear…”



 A MPB e a “Era dos Festivais”
Breve histórico: A sigla MPB se consolida nos grandes festivais da canção pós Bossa Nova. Com o advento da ditadura no Brasil, surge um novo movimento de compositores com suas canções de protesto e suas mensagens subliminares nas letras de suas canções. Os festivais tiveram seu auge nos anos 60 e 70 no Brasil, quando surgiram nomes como Chico Buarque, Elis Regina, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Jair Rodrigues, Edu Lobo, João Bosco, Milton Nascimento, Rita Lee, Geraldo Vandré, entre muitos outros. Os Festivais da canção marcaram época, e o Brasil todo esteve envolvido em suas acirradas disputas. Muitos dos compositores e interpretes foram exilados do Brasil graças as suas mensagens e ideologias. Foi uma época muito rica da música brasileira!



A Tropicália
Breve histórico: A tropicalia foi um movimento musical que mesclava as tendências da vanguarda nacional, da contracultura e da “modernidade” dos anos 60 e 70 (como a guitarra elétrica e o ritmo Rock´n´roll), com as tradições da música brasileira (como a cultura nordestina e os ritmos afro brasileiros). Seus principais representantes são Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Maria Bethânia, Os Mutantes, Toquatro Neto, Tom Zé, entre outros. O movimento Tropicalista teve sua origem no encontro de vários artistas, principalmente da Bahia, nos Festivais da Canção da década de 60. Com suas roupas coloridas, cabelos compridos e sua atitude de protesto e deboche às antigas formas do pensar, o Tropicalismo trouxe inúmeras contribuições para a música brasileira, tanto na forma quanto no conteúdo, criando uma sintese do Brasil dos anos 60 e 70 refletido em suas poesias e músicas. Podemos dizer que o Tropicalismo se estendeu ao cinema através de Glauber Rocha e o Cinema Novo, e também às artes pláticas através de Helio Oiticica. Curiosidades: Caetano e Gil foram exilados do Brasil após serem acusados de “rebeldia”. Entretanto suas músicas não faziam crítica direta à ditadura, como as canções de protesto (de Geraldo Vandré por exemplo). Eles questionavam o modo de vida e suas reflexões eram muito mais profundas e complexas do que uma simples critica à ditadura.




Clube da Esquina (Minas Gerais/RJ)
Breve histórico: Esse foi um movimento formado pelo encontro de compositores e músicos mineiros, dentre eles: Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Wagner Tiso, Toninho Horta, Flavio Venturini, Fernando Brant, entre outros. Apesar de formado por músicos mineiros, o movimento se desenrolou no Rio de Janeiro, e foi consagrado pela gravação da música “Canção do Sal” por Elis Regina. Com influências de Beatles, Bossa, Jazz, música erudita e música folclórica mineira (sobretudo os tambores e os ritmos afro de Minas), o Clube da Esquina teve grande projeção internacional principalmente através de Milton Nascimento, que gravou com os grandes músicos de jazz norte Americanos, como o disco Native Dancer e Angelus que reunem músicos como Wayne Shorter, Pat Metheny e Jack DeJohnette. Entretanto os discos mais importantes são o “Clube da Esquina 1”, de 1972, e o “Clube da Esquina 2” , de 1978. Os contornos melódicos de suas canções refletem as montanhas e paisagens de Minas, seus ritmos e sonoridades sintetizam os pensamentos e sonhos dessa geração de grandes poetas, músicos e compositors que fizeram parte desse movimento. Curiosidades: Milton Nascimento teve uma história fantástica: apesar de ter nascido no Rio, ele foi adotado e criado por seus pais em Três Pontas (MG). Depois mudou-se para BH, onde trabalhou de escriturário e foi lá que conheceu os irmãos Borges (Lô, Márcio e Marilton).  Dos encontros na esquina das Ruas Divinópolis com Paraisópolis surgiram os acordes e letras de canções como Cravo e Canela, Alunar, Para Lennon e McCartney, Trem azul, Nada será como antes, Estrelas, São Vicente  e Cais. Aos meninos fãs do The Beatles  e do The Platters  vieram juntar-se Tavinho Moura, Flavio Venturini, Beto Guedes, Fernando Brant, Toninho Horta e criaram esse maravilhoso movimento musical que eleva o nome da música brasileira em todo o mundo.




Fonte : Editora Anacruse