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terça-feira, 22 de maio de 2018

Bullying não é brincadeira


É muito comum ouvir comentários do tipo : "no meu tempo a gente chamava de quatro olhos, gordinho e ninguém reclamava, hoje tudo é bullying, não sabem brincar".

Vamos começar com o conceito de bullying, para que se encerre o mito de que não passa de uma brincadeira:  a prática corresponde a um comportamento intencionalmente agressivo, violento e humilhante, que envolve um desequilíbrio de poder: as crianças que fazem bullying usam o seu poder (a sua força física ou o acesso a alguma informação constrangedora, por exemplo) para controlar e prejudicar outras crianças. É um comportamento repetido ao longo do tempo, que acontece mais do que uma vez.

Inclui comportamentos como ameaçar, espalhar boatos, atacar alguém fisicamente (bater, arranhar, cuspir, roubar ou destruir pertences) ou verbalmente (apelidos vexatórios, provocar, dizer às outras crianças para não serem amigas de uma delas ou excluir alguém do grupo propositadamente).

Agora vamos identificar os 8 tipos de bullying :

1- Físico
Inclui beliscões, socos, chutes, empurrões, podendo chegar a abusos e assédio sexual. Aproximadamente 3% dos mais jovens pelo mundo passam por ele.

2- Verbal
É o mais comum: relatado por 13% dos estudantes. É composto de apelidos, xingamentos e provocações.

3- Escrito
Quando bilhetes, cartas, pichações, cartazes, faixas e desenhos depreciativos são usados para atacar os colegas.

4- Material
Ter seus pertences danificados, furtados ou atirados contra si faz parte da rotina de cerca de 5% das vítimas.

5- Cyberbullying
A agressão se dá por meios digitais, como e-mail, fotos, vídeos e posts e, em pouco tempo, alcança muita gente. Devido à sua rápida disseminação, hoje a ofensa online chega a ser mais impactante nos círculos escolares.

6- Moral
A tática aqui é difamar, intimidar ou caluniar imitando ou usando trejeitos próprios do alvo como armas.

7- Social
Criar rumores, ignorar, fazer pouco caso, excluir ou incentivar a exclusão com objetivo de humilhar estão entre as artimanhas.

8- Psicológico
Todos os tipos têm um componente que afeta a saúde mental, mas aqui se destaca a pressão na psique induzida por diversos meios.

Perfil das vítimas:

As crianças vítimas de bullying podem sentir-se constantemente com medo, ansiosas, com dores físicas e dificuldade em concentrarem-se na escola. Em muitos casos as crianças vítimas de bullying comprometem- se a permanecer em silêncio sobre as agressões como forma de evitar novas retaliações. Não se sentem capazes de lidar com a situação, achando-se impotentes para resolver o problema.

Podem mostrar-se abatidas, com falta de paciência, mais alheadas da família, mais introspectivas, zangadas ou muito irritáveis. Podem também não querer ir à escola, apresentar alterações de humor, dificuldade de concentração, piores resultados na escola e queixas físicas permanentes (dor de cabeça, de estômago, cansaço). 

Outros sinais a que pode estar atento: a criança aparece com a roupa em desalinho ou com os materiais escolares estragados; tem nódoas negras ou feridas sem uma explicação coerente para elas;  tem pesadelos ou chora durante o sono; pede mais dinheiro ou rouba dinheiro de familiares; parece socialmente isolado, com poucos ou nenhum amigo.

Porque é que as crianças que são vítimas de bullying não contam aos pais ou a outras figuras de autoridade? Porque têm medo de serem mais agredidos se contarem, por vergonha, por medo de que não acreditem neles ou lhes dêem apoio, por medo que os culpem ou lhes exijam que reajam com a mesma atitude.

Perfil do Agressores

O agressor, em geral, tem uma mente perversa e às vezes doentia. Ele é consciente de seus atos e consciente que suas vítimas não gostam de suas atitudes, mas agride como forma de se destacar entre seu grupo. Assim, os agressores pensam que serão mais populares e sentem o poder com esses atos.

Os agressores buscam vítimas que normalmente destoam da maioria por alguma peculiaridade. Os alvos preferenciais são:
os alunos novatos;
os extremamente tímidos;
os que têm traços físicos que fogem do padrão;
os que têm excelente boletim, o que serve para atiçar a inveja e a vingança dos menos estudiosos.

O bullying é o primeiro degrau para o ódio e os demais preconceitos e apesar da Lei 13.185/2015 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13185.htm) , sancionada pela então presidenta Dilma Roussef, que instituiu o Programa de Combate à Indimidação Sistemática, 80% das escolas brasileiras não punem os agressores.


Um comentário:

  1. Entendendo que o bullying é um problema mundial, encontrado em qualquer escola, não se restringindo a um tipo específico de instituição escolar. É um problema que vem se alastrando , e comumente as agressões acontecem em público. Especialistas no assunto alertam a importancia das atitudes, quando observadas, sejam pontuadas tanto para aquele que fez quanto para aquele que sofreu. Mostrar, em especial ao agressor, que seu comportamento está sendo observado e que, continuando, atitudes serão tomadas, impondo com firmeza que seus comportamentos estão sendo inadequados e estão prejudicando não só quem está sofrendo o bullying, mas aqueles que estão ao seu redor também.

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